Tal como dizíamos ontem, e agora depois de contactados alguns trabalhadores que efectuavam a operação de descarga de lamas no terreno a sul do Estaleiro Municipal, são ainda mais fortes as nossas convicções.
Foi-nos dito que eram instruções do presidente da câmara e que a origem das lamas era proveniente das escavações que estão a fazer nas antigas instalações da Companhia Portuguesa de Congelação, confirmando aquilo que pensávamos.
Mas mesmo que assim não fosse, por razões de consciência de cidadania, entendemos que seria de providenciar uma intervenção urgente das autoridades com responsabilidades no ambiente, pelo que recorremos à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e à Inspecção Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT).
O presidente da câmara sente-se impune e acima da Lei, fazendo o que muito bem quer e lhe apetece, tentando impor a sua visão de desenvolvimento mesmo que ela passe por cima de simples regulamento até a Convenções e Tratados Internacionais. Já parece o Burro de Carvalho!
A zona, tal como dizíamos ontem integra a Rede Natura 2000 e é habitat do Caimão, uma espécie protegida, e bem protegida, pela Directiva Aves e Habitats, a mesma que o hipócrita em presidente da câmara invocou na defesa do camaleão, ou melhor dizendo, na defesa da casa de família na Ilha do Farol. Esqueceu depressa, o que mostra o real objectivo das suas intenções.
Se até amanhã, as entidades chamadas a intervir não tiverem feito repor o terreno à situação anterior, obviamente que encetaremos novas diligências.
Mas não se pense que se trata apenas da intervenção de deposição das lamas, porque no local há mais!
Mais a poente, naquilo que era a zona húmida, paulatinamente aterrada com lamas resultantes da limpeza das salinas, está também esta carcaça de carro, a fazer de sucata, o que quer dizer que a fiscalização do Parque Natural da Ria Formosa tem andado de olhos fechados, tanto pela presença da dita carcaça como pelo aterro que tem vindo a ser promovido.
Se alguém tem por obrigação defender o habitat do Caimão, é precisamente o Parque Natural da Ria Formosa que o adoptou como símbolo, mas que ao mesmo tempo parece ignorar a sua existência nestas paragens. E para que não fiquem de braços cruzados, embora saibamos quem o dirige, não deixaremos de enviar uma notinha, sem valor monetário, mas de chamada de atenção para o assunto.
Ao fundo desta mancha húmida, existe um favo de juncos onde o Caimão se esconde mal sente a presença humana. Para o avistar é preciso alguma paciência e persistência mas vale a pena!
Já os potenciais defensores do ambiente e da ecologia continuam calados que nem ratos, permitindo que a bandidagem do Poder continue a fazer das suas. Cuidem-se porque um dia pode bater-lhes à porta!
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