A apanha de ameijoa de semente está condicionada pelo facto de não poder ser transportada para terra e também porque os bancos naturais terem sido ocupados ilegalmente contando com o fechar de olhos de todas as autoridades envolvidas, seja a Policia Marítima, o Parque Natural da Ria Formosa ou a Agência Portuguesa do Ambiente.
E não é por acaso que tal acontece porque temos vindo a assistir à expulsão daqueles que viviam e trabalhavam na Ria para os tocar por outros, contando para isso com a cumplicidade do presidente da câmara, que na campanha eleitoral autárquica de 2013 dizia que viriam uns estrangeiros para ensinar os olhanenses a produzir bivalves.
A ganancia desmedida do presidente da câmara tem levado à compra da sua parte dos viveiros que os produtores se veem obrigados a abandonar porque a Ria já não assegura o seu sustento.
Depois da invasão francesa, directa ou por intermédio de testas de ferro, vem agora uma nova versão do negocio das ostras que merece um enorme reparo e deveria merecer a especial atenção das autoridades.
Até agora, a ostra de semente vinha e aqui era engordada até atingir o tamanho adulto, seguindo depois para França, onde era feita a sua "afinação". Todo o mundo, com o presidente da câmara à cabeça, e não devemos nunca esquecer que foi o primeiro ocupante ilegal de terrenos onde era capturada a ameijoa de semente, tem vindo a mudar para a produção de ostras.
Só que os franceses descobriram a maneira de trocar as voltas, mais uma vez, àqueles que de boa fé, acreditaram na bondade estrangeira. A semente de ostra continua a vir na mesma, só que neste momento, já não se trata de engorda-la, mas somente deixa-la atingir o tamanho mínimo para que consiga sobreviver nas aguas francesas, apesar de ainda não serem adultas. Lembramos que a taxa de mortandade das ostras juvenis, em França, chega a atingir os 100%.
Isto levanta uma outra questão que é a de saber porque carga de agua, o comercio da ameijoa de semente está ilegalizado, mas o da ostra de semente não!
Da mesma forma se pergunta porque sendo a ostra francesa uma espécie exótica, tal como a ameijoa japonica, uma é permitida e a outra não? E porque não devem ser as duas proibidas, já que estamos num Parque Natural?
Que interesses se escondem por detrás de tudo isto?
Que o presidente da câmara e alguns testas de ferro não olhem a meios para satisfazer a sua ganancia, ainda se compreende, mas já o mesmo não podemos dizer às entidades que têm a responsabilidade de proteger a Reserva e Parque Natural que é a Ria Formosa, como a ministra vendedora do nosso mar ou o ministro do mau ambiente.
Aos poucos, são os olhanenses que vão perdendo o seu ganha pão para encher o cu a franceses e ainda há quem ache isto "desenvolvimento".
3 comentários:
zonas naturais vao desaparecendo , com isso dasaparecem as espécies .vao fazendo viveiros onde não existia ,depois queixam-se se um dia quiserem acabar com os viveiros na ria
A MAFIA só faz o que gente cobarde deixa fazer.
Nasceu outro viveiro clandestino em Marchil e ninguém faz nada é um a vergonha, já o grande marcou um na fortaleza e esta na maior deve ter um grande padrinho, qualquer dia não a zonas para mariscar. Onde anda o Parque a APA,e a Policia Marítima.
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