1 - Ontem, mais uma vez assistimos a uma inundação da cidade, desta vez sim, provocada pelo excesso de chuva, mas que poderia ser mais suavizada se estivessemos perante uma autarquia responsavel.
2 - Entre 1984 e 1992 foi construida a rede separativa de esgotos que teria a função de separar os esgotos domesticos e industriais das aguas pluviais. No entanto, em muitos sitios, sob os auspicios da câmara foram feitas ligações de esgotos à rede de aguas pluviais.
3 - Para se perceber o que acontece quando cai uma chuva mais grada, é preciso ter conhecido a malha urbana da cidade que abrange a freguesia de Olhão e parte da de Quelfes.
4 - A norte da Estrada Nacional 125, existiam terrenos agricolas que a partir da decada de oitenta foram impermeabilizados com as urbanizações que se foram criando. Na estrada de Quelfes, entalado entre a chamada Casinha da Gala e a 125 surgiram varias urbanizações cujas escorrências vêm ligar à rede na estrada. Rede subdimensionada e que não acompanhou o crescimento urbano, razão pela qual, cada vez que chove, as tampas dos colectores de aguas residuais dançam no ar, fruto da pressão. Os colectores não têm capacidade para escoar a agua!
5 - Entre a designada Zona Alta e a 125, mais do mesmo. Urbanizações, impermeabilização dos solos sem que as infraestruturas a sul da 125 fossem dotadas de capacidade para escoar tanta agua.
6 - As aguas oriundas da Estrada de Quelfes, uma vez chegadas à Patinha seguem rumo à Cavalinha, onde havia um leito de cheia que a autarquia aterrou sem ter o cuidado de o dotar das infraestruturas para escoar as aguas que ali vão desaguar. E não há responsaveis?
7 - As aguas vindas da Zona Alta seguem rumo directo ao tunel, onde ontem, para navegar seria necessario um dos submarinos do Portas.
8 - Por detrás do antigo Estadio Padinha, hoje transformado em Ria Shoping, havia uma linha de agua que ia desaguar no leito de cheia que eram os terrenos onde foi construida a Escola Francisco Fernandes Lopes. No lado sul da 125, havia uma vala desde o antigo Tropical até ao fim da antiga Fabrica União e que encaminhava as aguas da estrada para o dito leito de cheia, leito cuja cota do solo ficava cerca de dois metros mais baixo. É obvio que as aguas, procurando o ponto mais baixo, correm para o tunel. E não há responsaveis pela falta de soluções?
9 - Onde hoje está a Associação 18 de Maio era um leito de cheia, tendo impermeabilizado toda a zona. Claro que as aguas correm para o sitio mais baixo, o tunel.
10 - Temos tambem parte da Zona Industrial (antiga) localizada numa zona de antigo sapal e leito de cheia, sem que tivesse sido criado qualquer caixa de retenção que permitisse absorver as aguas daquele sitio.
11 - A Rua 18 de Junho é a rua mais alta da freguesia, não tendo sumidores, o que faz com que as aguas corram para a Avenida ou para a Rua Almirante Reis, criando uma pressão enorme nas infraestruturas existentes e obsoletas face á realidade da cidade. Quando chove um pouco mais, é ver as tampas dos colectores a dançar sob a pressão das aguas. Não se trata de entupimentos de colectores ou de sumidores, mas de sub dimensionamento das infraestruturas.
12 - Poderão alguns dizer que sempre foi assim e talvez tenham um pouco de razão em relação a algumas zonas, mas esquecem que no passado não havia os meios tecnicos para evitar estas situações.
13 - Em muitos paises ribeirinhos fazem-se caixas ( tanques) onde vão desaguar as aguas pluviais e a partir daí, são bombeadas para o mar para evitar o retorno das aguas.
14 - Agora que estão a destruir os jardins, onde se situam os principais pontos de descarga de aguas pluviais, era a altura ideal para fazerem as estações elevatorias para evitar o retorno das aguas. Para isso é preciso que haja vontade politica, o que não parece ser a disposições dos nossos autarcas.
15 - Porque o texto já vai longo, lembramos que a actual situação resulta de um urbanismo planeado em cima do joelho, em obediência aos interesses de patos bravos sem cuidar dos interesses da maioria da população. Afinal são os patos bravos quem pode enriquecer quem tem a faculdade de decidir.
16 - Não venham é dizer que não há responsaveis, porque os há e foram precisamente aqueles que tomaram por opção um péssimo planeamento urbanistico!
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4 comentários:
O poder autárquico representa e serve a classe dos exploradores. Aos exploradores interessa fazer obras para continuar a sua exploração. No caso das cheias os prejuízos que possa causar aos exploradores é largamente compensado pelas benesses do poder autárquico.
A autarquia vai conseguindo passar impune com o apoio de todos os partidos. Apesar das justas denúncias feitas ao longo do tempo por este Blogue, não tem conseguido fazer nascer entre os explorados uma luta que consiga fazer frente à enorme propaganda e concessão de favores do poder autárquico.
Aqui faço um apelo para que o povo de Olhão siga o exemplo de António Terramoto e lute por um Olhão mais justo.
Olhão tem mesmo o chefe de bombeiros que merece?Ao dizer que o tunel evita que a baixa de OLhão fique debaixo de agua...Como se OLhão nas ultimas chuvas não tivesse ficado todo debaixo de agua incluindo a Rua da Olivença(que não fica na baixa), onde o Quartel dos Bombeiros tem as suas instalações provisória de 30 anos.
Mais diria que esse chefe dos bombeiros chegou a chefe com uma valente cunha do poder local e não por mérito próprio, é mais um dos muito lambe cus, que lambem o cu ao Pina?
Podia disfarçar um bocado não?
Porque não diz essa aventesma, que foi incompetente e tiveram de vir Bombeiros de Portimão em auxilio da população de Olhão?
A maior causadora das inundações na cidade de Olhão, é a má e muito deficiente absorção das águas pluviais a montante (a norte da E.N.125) isto porque, apesar de existirem coletores de grande dimensão (autênticos ribeiros subterrâneos ) as grelhas que se encontram conectadas a esses coletores são francamente insuficientes, além que muitas delas, encontram-se até a um nível superior ao nível do piso, sendo que a água lhes passa ao lado, sem que seja absorvida ou encaminhada para os coletores existentes para esse efeito.
Vejamos o seguinte, onde está atualmente a entrada para o shopping Algarve Outlet (antigo Ria Shopping) e recuando mais uns anos, estava o antigo Estádio Pádinha, naquele lugar era uma ribeira que corria quando inundava pelas laterais da E.N.125, essa ribeira está canalizada com um coletor de grandes dimensôes (cabe um veículo lá dentro) porém praticamente ali naquele lugar deixou de existir absorção das águas pluviais capaz de absorver como antigamente. Por isso a àgua corre à superficie, encaminha-se pela E.N.125, entrando na Av. Dr. Bernardino da Silva, correndo à superficie e segue até ao cruzamento com a rua de Olivença e continua até à passagem desnivelada provocando a inundação destes dois locais.
Por incrível que pareça, antes era uma ribeira, hoje tem duas grelhas que nem absorvem um balde água, quando ali, deveria ter uma grelha gigante a toda a largura da rua e com alguns metros de comprimento.
Por outro lado, naquele mesmo lugar e a norte da E.N.125, foram outrora terrenos agrícolas, que absorviam a maior parte das chuvas, sendo que só após a saturação dos solos, só depois de muito encharcados, é que começava a a existir o perigo de inundação no centro da cidade, hoje, basta chover um pouco para isso acontecer, pois não existem tais terrenos para absorver a chuva, todas estas zonas passaram a ser zonas impermeáveis e, que, não existindo uma grande capacidade de absorção nos arruamentos, a água correrá sempre para os pontos mais baixos, causando o que se conhece.
A questão das inundações na cidade de Olhão, carece de uma profunda correcção nos sistemas de sumidores e absorção das águas pluviais em todo o concelho, não é um problema único da cidade mas sim, de todo o concelho porém, na cidade de Olhão, é onde tem maior impacto junto da opinião publica, não tem pois rigorosamente nada a ver com alterações climáticas mas, antes com erros grosseiros de construção dos sistemas de drenagem das águas pluviais.
Uma grande chuvada em período que coincida com a preia mar e, se essa preia mar coincidir com um período de marés vivas, haverá seguramente sempre locais onde ocorrerá inundação porém, só existirá se estiverem reunidos todos estes fatores.
A própria Av. 5 de Outubro, recentemente intervencionada, ficou agora muito pior em termos de inundações (junto à P.S.P), se a drenagem das águas pluviais tivesse sido efetivamente bem calculada e bem construída, não aconteceriam estas inundações, é não basta ter grelhas de absorção, é necessário que a cada duas grelhas, exista um coletor unico sem quaisquer outros esgotos a ele conectados e, encaminhado diretamente até ao mar, só dessa forma o problema será resolvido naquele lugar.
Profundo conhecedor que sou desta matéria, concordo plenamente com o vosso post.
Nele são de facto identificados os maiores erros que causam inundações na Cidade de Olhão, existem outros mais, como seja também o sub-aproveitamento da infraestrutura existente para escoamento das águas pluviais por inexistência de absorção suficiente em uns locais, em outros por existência de absorção em demasia mas depois com um diâmetro insuficiente de escoamento face ao numero de pontos de absorção conectados ao esgoto, existe de tudo um pouco em questões de erros de calculo se é que foram efetivamente calculados, o que muito duvido.
Olhão, necessita há muitos e longos anos, que toda a rede de absorção e escoamento de águas pluviais seja revista e corrigida, só assim se conseguirá reduzir os eventos de inundações e, não, decididamente a passagem desnivelada não é nem foi construída para ser, uma bacia de retenção e, mesmo que não existisse a passagem desnivelada, a água da chuva jamais seguiria pela avenida da república, seguirá sim, sempre que a passagem desnivelada inunde até ao teto ou, mesmo que ela não existisse, segue pois pela rua Patrão Joaquim Casaca, até galgar o pequeno muro da vedação do porto de pesca e seguir em direcção à doca, como sempre foi, ela sempre passou por ali e continuará a passar.
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