Nos ultimos tempos temos vindo a assistir, da parte de alguns empresários, a queixas sobra a falta de trabalhadores para os diversos sectores, quando na verdade são eles os primeiros culpados. Agora estão colhendo o que semearam?
Por diversas vezes chamámos a atenção para a tentação de eliminar as ideologias. As ideologias são filosofias de vida em sociedade e não obriga ninguem a segui-las mas sobra as quais se devem reflectir.
A ausência de debate ideológico reduz a politica a numeros com maior ou menor pendor social, tendo como objectivo maximizar o lucro mas não as condições de vida das populações, cada vez mais degradadas.
Um exemplo flagrante disso é visivel na forma como é tratado o salário minimo nacional. O salário minimo nacional, tal como o nome indica, deve ser o minimo e não a regra como tem vindo a ser institucionalizado, com a treta de que as empresas não teriam condições para pagar mais.
A questão é que se todos praticarem um salário mais elevado, não há concorrência desleal, não sendo então pela via do aumento salarial que perdem competitividade. Quando muito poderiam alegar que empresas com maior facturação poderiam pagar acima de outras com menor receitas.
Nos dias que correm, quase toda a produção tem métricas para a respectiva produtividade, sendo por isso possivel saber em quantos cêntimos teriam de aumentar o valor da mercadoria para acompanhar o aumento salarial. Além do mais, a questão está na repartição da riqueza criada que no fundo é o resultado da conjugação do investimento, que tem mecanismos para o recuperar, e da mão de obra, paga com salários de miséria.
Quando é preciso levar a concertação social o aumento do salário minimo nacional, que é uma competência do governo, é este a ajoelhar perante o patronato, para assegurar o lucro, mesmo que isso implique o empobrecimento dos trabalhadores.
Não é de estranhar que com os miseraveis salários pagos alguem queira trabalhar mesmo que esteja desempregado, a receber subsidio ou não, e atenção que nunca referem aqueles que não recebem qualquer apoio.
Esta é uma questão profundamente ideologica, fruto das ideias neoliberais, que se pretende instalar como forma de pensamento unico, e que representa a escravatura dos tempos modernos.
Para estes empresários o ideal seria que os trabalhadores tivessem de pagar para aumentar-lhes o lucro. A ganância não tem medidas e depois queixam-se da falta de trabalhadores (escravos)!
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