De há uns anos a esta parte que se tem vindo a registar um acentuado emagrecimento das condições de vida das populações, fruto de politicas neoliberais que impõem baixos salários para encher os bolsos de investidores.
Olhão sempre viveu da pesca e actividades a ela associadas como a transformação do pescado. O encerramento de fábricas e o abate de barcos, decretados ou promovidos pelas autoridades nacionais e europeias, fizeram com que aquelas actividades definhassem.
Em contra ciclo, zonas de Espanha sem tradição nestas areas, promoveram-nas, criando empregos e riqueza, apesar de os salários serem mais elevados do que cá.
Aquando das negociações para a adesão à então CEE, tendo em conta o clima e localização, foi alinhavado que o nosso País deveria dedicar-se da exploração turistica e abandonar o sector produtivo. Por outras palavras, os nossos governantes venderam-nos!
No passado, os trabalhadores organizados, faziam da negociação da contratação colectiva de trabalho a forma de terem um salário mais justo e que lhes permitisse melhores condições de vida. Entretanto, os governos mercadores, optaram pela chamada concertação social como forma de combaterem aquela negociação, jogando com a representatividade desequilibrada das partes, onde o patronato se apresenta com mais peso que os trabalhadores apesar de serem em muito menor numero. O dinheiro fala mais alto!
Fabrica-se a ideia de que mais vale pouco do que nada para levar os trabalhadores a aceitar salários de miséria, ao mesmo tempo que promovem investimentos que tem como objectivo, fruto de uma exploração desenfreada e sem a minima preocupação com as condições de vida de quem trabalha, encher os bolsos de patrões sem escrupulos.
Muito recentemente vimos altos responsaveis pelo sector turistico a pretenderem contratar pessoal sem o minimo de formação, quando a escola de hotelaria e turismo todos os anos forma pessoal para esse fim.
Então porque os empresários não têm pessoa para trabalhar? Paguem o justo valor!
Mais o sector turistico tem ainda outro inconveniente, que o facto de em muitos casos, ser uma actividade sazonal que, chegada o final de época despede os trabalhadores e a segurança social a pagar subsidios desemprego. Ou seja, para estes investidores, enquanto corre o mel enchem os bolsos e quando baixa o movimento, despedem pessoal práticamente sem custos.
Turismo sim, mas a tempo inteiro, com um salário justo. De outra forma, pode ser muito bom para a alguns mas muito mau para muitos!
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