Os operários do mar estão sempre em risco desde que abalam para a faina até atracarem ao cais, mas neste momento ainda mais risco correm, visto estar a decorrer um justo processo de luta, por todas as tripulações dos salva-vidas de todo o país. Sendo o seu horário de trabalho das 9h às 17h e de segunda a sexta-feira, esta luta é a recusa às horas extraordinárias e ao trabalho nos fins-de-semana, sem a respectiva compensação.
O I.S.N. (Instituto de Socorro a Náufragos) recusa-se a meter mais tripulantes ao serviço, querendo que as actuais tripulações façam o serviço, a bem-dizer, 24 h sobre 24h. Fazem o serviço normal e estão sempre contactáveis por telemóvel, sendo inclusivé, obrigados a levar o telemóvel para a cama para o caso de emergência.
Ora os tripulantes dos salva-vidas, de Norte a Sul, depois de anos e anos de promessas não cumpridas resolveram encetar uma forma de luta que é de fazer horário normal e não estarem contactáveis por telemóvel. O principal objectivo desta luta é obrigar o I.S.N. a meter mais tripulantes que assegurem um horário contínuo.
Na sequência desta luta, o patrão do salva-vidas de Olhão, Luís Amador, recusou-se a fazer uma saída sozinho por não ter a tripulação mínima, que são dois no caso de Olhão (o patrão e o motorista), tendo-lhe sido dada ordem de prisão, de imediato, pelo Comandante Reis Agoas. Presente ao Procurador foi-lhe sentenciado que devia estar sempre com telemóvel ligado. Não se contentando com a injustiça, recorreu ao advogado do Sindicato e depois de nova audiência, por novo juiz, foi-lhe dada a razão e neste momento a tripulação do salva-vidas só é obrigada a fazer o horário normal, sendo-lhe dispensado o uso do telemóvel fora desse horário, como é justo.
Nesta simples notícia se vê as mentiras do governo quando diz que tudo está bem quando na realidade quer é poupar, à custa do sacrifício dos direitos mais básicos.
Também na justiça se vê a dualidade de critérios. Perante um mesmo caso, a nossa justiça balança ora para um lado, ora para outro.
Penso que é hora de mudar o rumo das mentalidades para que os trabalhadores comecem a perder o medo e lutem pelos seus direitos.
Deixo também no ar duas perguntas. Uma aos Presidentes dos Sindicatos dos Pescadores de Olhão e do resto do país: Não deviam estes sindicatos, ser solidários com esta luta e obrigar a que os meios de segurança funcionem como deve ser? A outra: Se acontecer algum acidente no mar que não haja socorro, de quem é a responsabilidade? É que “Há mar e mar, há ir e voltar”!!
Proponho ainda, e para finalizar, que este tema seja discutido na EXPOMAR que se avizinha, que é afinal de contas um evento para todas as profissões e actividades relacionadas com o mar.
1 comentário:
fui assistir ao debate da segurança ,estava la o sr.josue ,mas nao fez pergunta nenhuma sobre os salva vidas estarem, em greve depois das17h ate ás9h e os fins de semanas e feriados.a unica coisa que ele perguntou foi porquê que iam deitar as casas dos hangares abaixo e nao tiravam as coisas de guerra de lá?o comandante despondeu se as casas tinham numero de policia e se o terreno era das pessoas ,e que a função dele era cumprir a lei,o sr josue calou-se.
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