sexta-feira, 21 de março de 2008

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

As imagens que ontem passaram nas televisões, com aquela aluna a disputar com a professora a posse do telemóvel, são esclarecedoras do ambiente que se vive nas comunidades escolares, de norte a sul do país.
Para Sócrates e para a Ministra da Educação parece não ser um aspecto relevante, só a avaliação dos professores é que conta. Sócrates e a ministra falam em escola de sucesso, uma escola em que no dia a dia os professores se vão confrontando, cada vez com mais frequência, com situações destas.
Mais importante que penalizar, aquela aluna e os colegas que a estavam a apoiar, é discutir qual deve ser o papel do professor, o papel dos pais e o papel dos alunos. Uma boa parte dos pais deste país certamente que se sentiu indignado com o que viu e certamente terá concluído que não é esta educação que quer para os filhos, não é a educação baseada na agressão e na intimidação, não é a educação em que, ainda que só contem em 6,5%, a avaliação dos alunos conte. Mas se a "menina" (fazia quase duas da professora) tinha o telemóvel foi porque alguém lhe deu e quem lhe deu não a proíbiu o uso na sala de aula e, muito provavelmente, ainda é capaz de dar razão à jovenzita.
Uma reforma é necessária, a avaliação dos professores é necessária. Mas em que termos vamos fazer essa reforma? Baixando a fasquia dos conhecimentos a atingir? Procedendo a uma avaliação dos professores como forma de pressão para passar este tipo de alunos? Tornando a escolridade obrigatória até aos 18 anos à espera que um vândalo atire um professor pela janela?
Não é castigando exemplarmente esta aluna e os outros que a apoiavam que irão resolver o problema. Estas situações requerem soluções de fundo, merecem uma reflexão muito ponderada sobre o papel dos vários intervenientes no sistema educativo, no fundo, uma discussão séria sobre a escola que pretendemos para os nossos filhos e cabe, em boa parte, aos professores tomarem a dianteira. Os alunos vão passando pela escola e os professores lá vão ficando, aguentando a "má criação" dos filhos dos outros...

12 comentários:

Anónimo disse...

Para que conste: na semana passada na escola nº 4 do Futebol duas professoras, a professora da turma e a professora do apoio educativo, foram agredidas, pela mãe de um aluno, dentro da escola. Isto depois de frequentemente serem agredidas pelo filho, aluno do 1º ano com 6 anos .
Só para reflactir....

Anónimo disse...

Pois é, ainda à coisa de um mês também houve uma mãe que foi à secundária Francisco Fernandes Lopes e que foi pedir explicações, em termos arruaceiros, a um professor de História.

Anónimo disse...

A Violência nas Escolas não é nada mais do que o resultado da promoção das disigualdades sociais.
Hoje temos uma escola que se quer inclusiva, o que não basta, há que promover uma cultura de responsabilidade. As famílias e as estruturas de apoio, quando as há, não devem só disponibilizar bens materiais, formação em TIC,... Onde fica o espaço para a formação cívica, as relações interpessoais?
O que é notícia hoje?
As imagens que passaram na televisão e andaram na net, a realidade é esta e não só, o dia a dia do Professor, que de 90 em 90 minutos (depende do nível de ensino)tem de enfrentar situações semelhantes, perante um grupo de alunos é dificil gerir, ou mesmo actual, "o medo" condiciona mesmo a acção... A Lei, existe mas não protege da humilhação, do desconforto,das represálias, e de todo o processo em que o Professor está sozinho, do outro lado estão 25, 26 ou mais alunos, com uma leitura muito própria das situações, há que contar ainda com as famílias e a Escola, "isso só acontece porque o professor não tem mão nos alunos".
O Estatudo do Aluno entrou em vigor, no dia 18 de Janeiro de 2008, será que os alunos conhecem este documento e o Regulamento Interno das suas Escolas, o que sabe a maioria dos alunos e famílias da letra da lei? Talvez só de assiduidade, o resto é letra morta.
Uma cultura de responsabilidade só pode ser promovida quando existe interesse e envolvimento de todos, qualquer organização funciona com base em normativos, só cumpre e respeita quem os conhece.
Quantos são os pais que vão à escola e acompanham o percurso escolar dos seus educandos? Poucos. Argumento apresentado - falta de tempo - distância...
Eu digo falta de interesse, demissão, será?
António Nóvoa, diz - in Evidentemente - "Mas a escola não pode tudo...".
Há que criar redes e instituições que cooperem com as escolas, para que sejam evitados os excessos.
Os Professores não podem continuar a ser abandonados à sua sorte...

Anónimo disse...

A Violência nas Escolas é o resultado da promoção das desigualdades sociais, mas também o espelho do desrespeito com que o ministério e o governo tem tratado a Escola e os Professores nos últimos anos.
Sendo a única instituição (para além da família) responsável pela formação dos nossos jovens, não devia ser também tratada com mais respeito? Não devia ser um ensino e uma escola "bem pensada"?
As responsabilidades são só pedidas aos professores, mas é também necessário responsabilizar os pais e principalmente, o "poder" que nos governa e pedir-lhe contas do caminho que leva o nosso ensino e do que tem sido feito pelos nossos jovens. Faz-se alguma prevenção para evitar estes comportamentos? Desenvolve-se alguma acção social de apoio junto das famílias (não o rendimento minímo, o outro apoio)? As cargas horáias de trabalho dos pais permitem um bom ou pelo menos razoável acompanhamento dos filhos? Exigem-se algumas responsabilidades aos jovens como futuros cidadãos?
Os nossos jovens são afinal, o fruto daquilo que nós lhes temos dado. É mais difícil dar a educação do que dar o pão.

Anónimo disse...

Até no Infantário Helena Rufino, já houve uma senhora, por sinal cubana, casada ou vivendo em comunhão com um senhor com uns "trocados" (segundo o que a mesma diz), que procurou tirar desforço de uma auxiliar por esta ter posto o seu filhote de castigo. Pois bem, o filhote é um tanto ou quanto agressivo com as outras crianças e o "pôr de castigo" não tem a ver com castigos corporais nem de coacção psicológica, tem a ver com o impedimento da referida criança não agredir os seus colegas. As coisas chegaram ao ponto da dita mãe, ir de mala para a eventualidade de o desagravo ser ainda maior e ter de ir passar alguns momentos à cadeia. Ora, vejam só. Quando chega a isto...

Anónimo disse...

pois na minha opinião o que se passa é uma grade falta de chá.
No meu tempo não era assim, quando havia más educações e de respeito, porque agressões aos srs professores não as havia, nem pensar nisso,eram aplicadas umas réguadas e puchões de orelhas se o aluno era mais pequeno e era ver os estudantes mais direitinhos que um fuso.
Agora com esta libertinagem é o que se vê e ainda agora a procissão vai no adro.

Anónimo disse...

Em boa verdade, não sou apologista da "cacetada" mas entendo que um "sacudir de pó", no momento certo, é muito mais eficaz que a maioria do palavreado que possamos empregar. Mas, nestes tempos modernos, uma palmada a uma "criança" de 15 anos pode assumir contornos de "maus tratos a menores". Trocando por míudos, se o papá ou mamã da "menina" lhe pregasse uma bofetada e que um vizinho em excesso de zelo fosse denunciar o senhor ou senhora, estes poderiam ter que se sugeitar a enfrentar o ministério público. Assim não chegamos lá...

Anónimo disse...

Mais duas opiniões sobre este assunto:

http://umlugaraosul.blogspot.com/2008/03/educao-d-se-em-casa.html

http://dn.sapo.pt/2008/03/21/opiniao/e_para_quando_a_avaliacao_papas.html

Anónimo disse...

Ontem disse

"A Lei, existe mas não protege da humilhação, do desconforto, das represálias, e de todo o processo em que o Professor está sozinho, do outro lado estão 25, 26 ou mais alunos, com uma leitura muito própria das situações, há que contar ainda com as famílias e a Escola, "isso só acontece porque o professor não tem mão nos alunos"."

No jornal da noite tive a resposta.
A Dr. Maria de Fátima Pereira Marinho, na qualidade de membro da direcção da " Associação Nacional de Professores", comentou perante o País "a Professora estava fragilizada perante a turma", o comentário mais adequado para a situação, que classe necessitará de dirigentes que tenham este tipo de intervenção.
Nem um pai minimamente esclarecido o faria, penso que nenhum PROFESSOR em momento algum terá ousado pensar tal coisa.
Há quem se diga professor e desconheça a realidade das nossas escolas, estão bem mais distantes delas do que o ME.

O medo não é uma invenção, mas não nos podemos deixar intimidar, há que denunciar, por nós, pela nossa dignidade.

Só posso lamentar...
Quem poderá respeitar uma "pessoa" que actua desta forma, perante a agressão a uma colega?

Anónimo disse...

Ao ler as noticias da educação ,e pelos recentes factos ocoridos no nosso conselho,pergunto aos responsáveis, não há um conselho municipal da educação?quem faz parte dele?quando foi a ultima vez que reuniu ?onde estão as actas das ultimas reuniões?Será que como nos casos da poluição na ria ,continuam a enterrar a cabeça na areia para não verem os probolemas que temos nas nossas escolas. Pois é , eu sou pai e tenho filhos ,e tal como eu estão todos os pais do concelho preocupados com o ensino dos nossos filhos ,preocupados com as prioridades do governo que só está intessado em numeros de sucesso tentando esconder as tristes realidades da maior parte das escolas portuguesas.E eu com pai estou solidários com os verdadeiros professores, ou seja aqueles que fazem do ensino a sua única fonte de sobevivência.

Anónimo disse...

se vocês soubessem o que realmente se passa nas escolas,perguntem aos professores vossos conhecidos e logo vêm a miséria que há nas escolas do concelho.A maioria das escolas básicas retiraram o espaço do recreio ,para fazerem pré-primário.E pergunto eu onde jogam á bola e convivem estes miudos?cada vez as escolas se tornam depósitos de crianças,e o que faz o governo para mudar esta situação? Ataca os professores dizendo que são uma cambada de malandros que não querem é tabalhar.E eles politicos o que fazem?3 mandatos como deputados e reformas chorudas,além de irem a maior parte deles para cargos de administação de empressas aquando no governo prestaram favores.São estes governantes que se governam a eles e não a nós,que tem de ser desmascarados.Por eles é que a educação e o resto chegou ao estado a que chegou.

Anónimo disse...

li na sexta feira no Portugal Diario,um comentador fazer a denuncia publica para o paìs todo ,das agresões ocoridas na escola primária do futebol.informaram-me que o vosso blog, também já tinha referenciado este caso da agresão a duas professoras, pela mãe de um aluno mal educado pelos pais.vi agora mais duas tentativas de agresão ,em dois estabelecimentos diferentes em olhão,pela parte dos pais. agora pergunto não são estes pais que tem autoridade do governo para avaliar os professors?também acabei de ler no Portugal Diario , que em Sevilha a mãe de um aluno foi levada a tibunal pela agresão doseu filho a outro aluno.decisão do tribunal um multa de 14000euro.façam o mesmo aqui e verão as agresões a alunos e professores acabarem de vez.