Já o dissemos e reafirmamos, não somos pelas construções nas ilhas barreira mas ainda o somos menos pelas demolições. Todas as construções tem efeitos nefastos nas dunas. Umas não são nem melhores, nem piores que as outras. Se umas fazem mal, as outras também o fazem. O que é curioso são as ambiguidades nos critérios. No caso concreto da Ilha do Farol, são precisamente as casas que estão em zona de maior risco aquelas que se prevê ficarem de pé, isto é, as casas que ficam à direita da passadeira de quem vai da ponte para o molhe, talvez as de maior porte, as de pessoas com mais poder económico e social, tal como as do IPTM. Algumas delas, com as marés vivas a beijarem-lhes os pés, aquando de marés cheias. No entanto, as outras, as que estão mais para o interior, aquelas que estão condenadas a irem abaixo por serem da "plebe", são as que estão mais afastadas da linha de água. As casas dos Hangares estão muito mais afastadas da linha de água dos que aquelas que se prevê ficarem de pé no Farol. Critérios...
Quem perde e quem ganha? A maioria das casas condenadas a irem abaixo são de pessoas que moram em Olhão e aí o presidente da câmara de Faro, socialista, poucos votos terá a perder nas próximas eleiçõs autárquicas. Por sua vez, a câmara de Olhão também não terá nada a perder porque pode sempre argumentar que aquelas ilhas pertencem à freguesia da Sé, de Faro, demitindo-se, assim, de defender os interesses dos seus munícipes.
O que está em causa são os interesses imobiliários na área do turismo. Aliás, já há algum tempo que se vêem áreas concessionadas na Ilha do Farol e pelo andar da carruagem, qualquer dia para estender uma toalha na praia teremos de pagar para depois, noutra fase nos exigirem o pagamento do Sol que apanharmos e ainda são capazes de lançarem uma taxa sobre o "bronze"...
Para a classe política, o que hoje é branco, amanhã é preto. As populações deste país podem e devem pensar seriamente sobre a criação de movimentos cívicos como forma de lutar contra os interesses instalados pelos partidos existentes e pelo próprio sistema político, propiciador da situação a que chegámos. Este sistema político, criado, no essencial, pelos partidos que se constituem em alternância de Poder, está caduco. Os partidos tem tido uma postura onde primam pala ausência de ética, pela falta à verdade, pela ausência de princípios. Nâo é este sistema nem são estes partidos que servem os interesses das autarquias, das regiões, do país.
Lutemos pela nossa dignidade!
Sem comentários:
Enviar um comentário