O boicote ao consumo dos combustíveis das três marcas que tem sido veiculado por telemóvel, vai ganhando força, vai tomando forma e vai fazendo sentir-se cada vez com mais intensidade. Não é só um problema do povo de Olhão. É um problema de todo o povo português. Nem todos tem as mesmas armas, nem todos tem as mesmas possibilidades.
Para quem vive em Faro, Olhão, S. Brás, Tavira, Castro Marim, Alcoutim e Vila Real de Santo António, praticamente metade do distrito de Faro, compensa abastecer em Ayamonte. Hoje mesmo a diferença no preço da gasolina 95 situava-se nos 41 cêntimos ou seja 82 escudos pela moeda antiga. Num depósito de 40 litros poupa-se qualquer coisa como 16 euros (três contos e duzentos). Quem vá abastecer de gasolina e que queira poupar dinheiro no tabaco, também dá para forrar mais qualquer coisa. Um maço de cigarros que custa 3 euros e cinco cêntimos, lá custa 2 euros e setenta, isto é, num volume poupa-se 3 euros e meio.
Se todos apontarmos nesse caminho, não será como o cretino do presidente da Galp diz. O encerramento de postos de venda de combustível não vão resolver problema algum e inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, a Galp irá ceder. Mas o próprio Estado desta classe politica e do grande capital vai ter que aceitar baixar, não só o preço dos combustíveis como dos imposto sobre os combustíveis que se situam nos 60%. Se nos mantivermos firmes a vitória será de todo o povo português.
Esta luta tem como curiosidade o facto de se desenrolar à margem dos partidos. Sem cabeça dirigente, de uma forma espontânea, vai tomando forma e novas lutas se preparam. Mais tarde ou mais cedo ela irá estender-se à banca e às seguradoras.
Quem tenha recorrido ao crédito à habitação e que em Dezembro de 2005 tenha pedido 150.000 euros pagava 700 e poucos euros. À presente data, o mesmo crédito passou a pagar o dobro e tudo se encaminha para que se agrave ainda mais, levando a que muita gente perca os seus haveres pela ganância de um estado excessivamente explorador e de uma banca que merece uma forte lição.
Enquanto o povo vai definhando o estado vai engordando os cofres como no tempo de Salazar e o grande capital, com empresas como a Galp e os grandes grupos financeiros como a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Comercial Português e o Banco Espirito Santo vão apresentando lucros escandalosos.
As desiguladades vão-se acentuando cada vez mais. Os níveis de pobreza vão aumentando. Quem o diz é a própria União Europeia. José Sócrates desmente. É natural. Já todos estamos habituados às suas mentiras. Por agora trata-se de nos roubarem o máximo possível para no próximo ano nos darem um rebuçado e tentarem conquistar os votos de quem andaram a enganar durante estes três anos.
O povo não dorme. Agora são os combustíveis. Veremos se fica só por aqui...
2 comentários:
Hoje já quase toda a gente percebeu que acabou a comida barata, a energia barata, os combustíveis baratos ou a água barata. Estão a tornar-se bens de luxo ou quase, a que cada vez terão mais dificuldade de acesso as classes médias e de menores rendimentos.
Como é possível que o governo português ainda recentemente tratasse a questão dos combustíveis como uma birra dos condutores mal habituados, subordinada em termos de importância ao equilíbrio orçamental ? Onde estão as previsões e as medidas preventivas que seriam de esperar de um governo responsável ?
Como se explica a resignação e passividade da Europa perante o encarecimento acelerado de produtos de que dependem os seus mais básicos padrões de vida, ao ponto de ter que ser acordada por um Manuel Pinho ansioso por encontrar bodes expiatórios ?
São todos incompetentes e irresponsáveis ou há outras explicações para este fenómeno ?
Convém talvez compreender que, mesmo dentro de um país como o nosso, nem todos são afectados da mesma forma e alguns até podem sair beneficiados destas crises. Quem exporta para Angola e é pago pelos rendimentos do petróleo talvez não tenha razões de queixa, ou quem é accionista da Galp, ou quem vende para a Venezuela às cavalitas do governo de Sócrates, ou quem tem sempre os combustíveis, e não só, pagos pelas empresas ou pelo Estado.
Esta questão dos preços do petróleo, do acesso ao crédito e aos produtos alimentares pode afinal ser, no essencial, mais uma forma de certas classes expoliarem outras.
Também ao nível internacional, nomeadamente na Europa e EUA, conviria perceber quem ganha e quem perde com este terramoto. Para sabermos se estamos perante aprendizes de feiticeiro que jogam um perigoso xadrez contra as potências emergentes, em que as peças são poços de petróleo e mísseis nucleares.
"Pouco pão e muito circo
José Sócrates e o governo devem rezar para que todos colaborem e depressa: a Madonna, o Vitor Constâncio, o Rock in Rio, a Dr.ª Teodora, o Cristiano ,a Nereida Gallardo, a Drª Manuela, o Mourinho e sobretudo que o europeu de futebol comece depressa. E enquanto não começa que o país se entretenha desde já como pretende o gaúcho sargentão e os seus apoiantes. Se possível de manhã, à tarde e à noite. Que o país se mobilize.É preferível isso a dedicar algum tempo aos avisos de Soares, aos relatórios do Bruto da Costa, às denúncias da Amnistia Internacional, ao aumento dos combustíveis e ao descontrolo da governação.E vêm aí os feriados e as pontes.Se rezarem peçam para que o tempo melhore: uma prainha e um bronzeado sempre ajudam a esquecer as agruras da situação.E depois são logo as férias." JMC
Enviar um comentário