quarta-feira, 28 de maio de 2008

FORPESCAS / FORMAR - QUE SITUAÇÃO?

No dia 23 de Abril passado, foi publicada uma portaria em Diário da República que extinguia o FORPESCA e criava o FORMAR. Foi nomeado um novo conselho de administração que, por sua vez, nomeou um novo Director.
Foi uma extinção apressada com o único objectivo de entregar as instalações da Escola de Pesca e das Marinhas de Comércio à Fundação Champalimaud. A apressada extinção não teve em conta a formação a decorrer e, muito menos, o futuro.
Os trabalhadores da EPMC foram parar aos quadros dos supranumerários e, prevê-se, que parte dos trabalhadores do Forpescas sejam absorvidos pelo IEFP.
No entanto, as coisas não são assim tão simples. Há questões que se levantam e às quais ainda não foram dadas respostas. Futuramente, caso o FORMAR encerre, onde frequentar o curso de pescador? Onde frequentar o curso de arrais de pesca?
A legislação obriga a que o pessoal da pesca tenha formação, mas como obtê-la se o centro de formação é encerrado?
O FORPESCAS não está isento de criticas, é verdade. O grande problema do FORPESCAS sempre esteve nas sucessivas direcções que foram passando, na maior parte dos casos, lugares que foram ocupados por pessoas que não tinham qualquer conhecimento de causa, não conheciam as realidades no terreno. Digamos que o único critério para a sua colocação foi o cartão do partido, rosa ou laranja.
As coisas chegaram a um ponto tal que não havia material para a formação. No ano de 2007, foi gasto em média 1 (uma) grama de fio por hora/formando. Uma ridicularia. Material que foi solicitado em Setembro de 2006 (dois mil e seis) e que, decorridos que são quase dois anos ainda não apareceu. Mais de um ano sem que a sala de informática estivesse operacional para a formação e outro aspecto ridiculo pelo valor irrsório que representa, mais de um mês sem papel higiénico. Naturalmente, nestas condições, é praticamente impossível fazer formação.
Poderão os funcionários não terem dado o melhor de si. É possível que sim. Mas se as chefias tinham conhecimento e não actuavam, são as chefias que devem ser responsabilizadas pela situação. Quando não há como trabalhar, que fazer?
Para o snr presidente da câmara de Olhão, esta situação é ouro sobre azul. Estão a criar as condições para que ele consiga os seus intentos. O encerramento do FORMAR é mesmo à medida para que as instalações sejam "aproveitadas" para o ninho de empresas, como se este "ninho" de empresas viesse contribuir nalguma coisa para o progresso de Olhão.
Já sabíamos que, para os nr presidente da câmara, os pescadores são feios, porcos e maus. Quer corre-los da doca para transformar esta em marina. Agora procura tirar algo que mexe com a dignificação da classe. O snr presidente deveria ser o primeiro a manifestar-se contra o encerramento do FORMAR, mas faz precisamente o contrário. Celebra o dia do pescador apenas para a fotografia e "poder" dizer que é pelo pescador. Falso como Judas...

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