A greve da pesca aí está. Parece que a posição face à greve é concensual entre armadores e pescadores. Aos preços que os combustíveis se encontram, os rendimentos dos pescadores serão cada vez menores e para os armadores os riscos de ficarem com elevados prejuízos também é real. O que se adivinha é a liquidação quase total do sector das pescas. O comissário europeu das pescas foi peremptório e o ministro Jaime Silva também. NÃO HÁ MAIS APOIOS!
Os portugueses sempre foram bons rapazinhos, cumpridores, abateram tudo o que havia para abater e mais abateriam se houvesse mais dinheiro. Numa primeira fase, em nome de uma modernização da frota, em nome de uma frota tida como sobredimensionada, etc, etc. Numa segunda fase porque Marrocos acabou. E finalmente que os custos de operação de uma mebarcação se pesca se tornam de tal forma onerosos que impedem que os pescadores ganhem e que os armadores consigam manter as embarcações.
Mas também não é menos verdade que, à medida que se vai abatendo a frota nacional as nossas águas vão ficando cada vez mais disponíveis para os poderosos da união pescarem naquilo que é nosso. A táctica de Bruxelas passa por destruir a força produtiva portuguesa e criar condições para que, principalmente os espanhóis, ocupem as nossas águas.
Agora é a pesca, amanhã será outra actividade qualquer. A bola de neve vai aumentando e chegará a um ponto que não terá retorno. Aos restaurantes não lhes adianta subir os preços. O público consumidor à medida que vai perdendo o poder de compra, também vai deixando de poder comer nos restaurantes e se os perços subirem ainda mais. Com o comércio de roupas, com as cabeleireiras, enfim, com aquelas actividades de menor capital, mas igualmente importantes, começam a sentir sérias dificuldades em sobreviverem. Por outro lado, as dificuldades em pagar a prestação da casa ao banco vai aumentando e nunca se viu tanta casa à venda como agora e que ilustra as dificuldades por que o cidadão comum está passando.
O governo de José Sócrates vai-se mostrando insensível mas o caudal de indignação vai aumentando, o sentimento de revolta vai-se interiorizando. Com a situação a degradar-se de dia para dia, lá chegará o momento de exteriorizar essa revolta... e depois, se verá no que ficamos.
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