sexta-feira, 26 de abril de 2013

OLHÃO: AGRAVA-SE A APANHA DE BIVALVES

As ultimas informações do IPIMAR datadas de 26 de Abril dão-nos conta do alargamento da interdição da apanha de bivalves à Ria Formosa, desta vez para o berbigão, como se pode ver em http://www.ipma.pt/resources.www/transf/biotoxinas/rb_bivalves_240413.pdf.
E se por agora na Ria, apenas se interdita a apanha de berbigão, dentro em breve ela será alargada a outras espécies como a ameijoa.
Porque também é nosso dever esclarecer as pessoas que nos acompanham, vamos deixar algumas dicas sobre as biotoxinas marinhas; no fundo trata-se de compostos químicos produzidos por algumas microalgas como se pode ver em http://www.inrb.pt/ipimar/divulgacao/bivalves-em-portugal/perguntas-mais-frequentes--faq/15-o-que-sao-biotoxinas-marinhas.
Destas microalgas destacam-se, por serem potencialmente toxigenas, as diatomaceas, os dinoflagelados e as cianobacterias, todas elas com forte presença nos efluentes mal tratados das ETAR, e que com a subida das temperatura da agua do mar desencadeiam o processo de floração que por sua vez, liberta as toxinas.
As diatomaceas também são reproduzidas (em grandes quantidades) em laboratório por fazerem parte da cadeia alimentar do peixe na sua fase juvenil. Com a descargas das águas dos tanques das aquaculturas, são largadas no mar, contribuindo assim para potenciar o risco da proliferação das biotoxinas.
Ao Poder politico, com mais olhos que barriga, é mais fácil apostar na aquacultura, até porque quanto maior o investimento maior probalidade de ganhar algum por fora e ninguém está a dizer que é corrupção, do que apostar nos meios tradicionais de pesca. Veja-se por exemplo, a Pescanova em Mira, um investimento elevado e aprovado apenas por ser um PIN, falido, mas que pode pôr em causa o equilíbrio ecológico da costa. E como não há bela sem senão, os excessos pagam-se caros e um dia vamos ouvir noticias sobre a quantidade de peixe morto, porque uma das formas das diatomaceas pode afectar a saúde do peixe ( ver em http://www.inrb.pt/ipimar/divulgacao/a-especie-do-mes/abril). Ou seja, são as próprias entidades publicas, que na sua ânsia de negócios e de lucros rápidos, hipotecam o futuro da pesca e de quem dela vive, quando podiam e deviam canalizar os recursos para a reprodução em cativeiro e proceder ao repovoamento da costa.
É óbvio que não se pode fazer acordos de pesca, completamente ruinosos para o País e para os pescadores, como aqueles que têm sido feitos com a vizinha Espanha.
Porque o candidato à autarquia olhanense tem vindo a divulgar em entrevistas que a sua linha de acção, caso ganhe as eleições, será a da promoção da aquacultura, é bom que as pessoas tenham em conta o impacto negativo que ela pode comportar. Basta dizer que esse senhor,é um dos maiores produtores de ostras da Ria Formosa, importando-as de Arcachon, França, embora saiba que muitas delas vêm contaminadas com o vírus do herpes, pondo em risco o futuro da ostricultura na Ria Formosa.
São os entes públicos os principais culpados pelo aumento das ocorrencias e do tempo de interdição da proibição de apanha de bivalves, levando os pescadores para a fome e miséria.
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

REVOLTEM-SE, PORRA!