A Câmara Municipal de Olhão promove hoje uma palestra-debate sobre a morte da ameijoa, integrada nas comemorações do Dia do Pescador. Obviamente que sabemos que a sessão visa o branquear da poluição na Ria Formosa e dada a incapacidade, a incompetencia e a extrema tacanhez de quem gere os destinos da autarquia sobre a materia, socorrem-se de um tecnico do IPIMAR, curiosamente a senhora que dá a cara no video do Biosfera.
Para alem daquilo que foi dito, acrescentamos o que foi respondido à CEE a uma pretensa intenção de arquivar o processo sobre as descargas das ETAR da Ria Formosa e que pode ser visto em http://polvodoalgarve.blogspot.pt/2013/03/ria-formosa-na-cee.html.
O conhecimento adquirido ao longo destes anos de combate contra a mediocridade politica reinante neste País, deu para perceber a forma suja e nojenta como se justifica a morte da ameijoa: a patologia.
Só que quer da parte dos politicos, quer da parte dos tecnicos, nunca foi explicado a origem das ditas "patologias". Na verdade, não são os efluentes mal tratados a causa directa da morte da ameijoa, mas sim um parasita oportunista, o Perkinsus Atlanticus, que se aloja no aparelho respiratorio da ameijoa, impedindo-a de respirar. Este parasita encontra na materia organica presente na coluna de agua, o meio adequado à sua propagação e desenvolvimento. Para que os nossos leitores percebam melhor, a materia organica em causa é na maioria dos casos massa fecal, que como é do conhecimento geral, portadora de agentes patogenicos de etiologia diversa.
Com a subida das temperaturas na epoca estival, aumenta a carencia de oxigenio, o que debilita a ameijoa a pontos de esta não conseguir resistir ao ataque do parasita.
Por outro lado, a turvação da agua da Ria, como consequencia das descargas directas, sem qualquer tratamento e dos efluentes mal tratados, estão na origem do desaparecimento das plantas de fundo, fundamentais para o processo de renovação de oxigenio.
O meio aquatico é um sistema muito complexo e sensivel, onde as plantas tem a dupla função de consumidor/produtor de oxigenio. Durante a noite ou momentos de turvação das aguas, e porque não podem realizar a fotossintese, apenas consomem oxigenio e durante o dia, necessitam da transparencia da agua, da luminosidade para que o possam produzir. Pode pois dizer-se, que, mesmo em condições normais, o processo de produção de oxigenio na Ria é deficitario, agravado pela má qualidade dos efluentes mal tratados.
Por outro lado, os efluentes mal tratados jogam na Ria fitoplancton, algum potencialmente toxigeno e ainda um nutriente, o fosforo, que está na origem do aumento de algas oportunistas que vão consumir o pouco oxigenio que ainda subsiste. A competição entre as diversas especies de macroalgas pelo oxigenio leva ao desaparecimento de parte delas, com efeitos nefastos para todo o ecossistema.
Em resumo, o problema da Ria Formosa é a chamada eutrofização que as entidades publicas criminosas persistem em não querer reconhecer, até um dia...
REVOLTEM-SE, PORRA!
1 comentário:
Pelo menos os debates são mais participativos do que os terramotos.Que só la vão meia duzia de pessoas
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