domingo, 9 de junho de 2013

OLHÃO: QUE ESCONDE O IPIMAR?

De há muitos anos a esta parte que os números do IPIMAR relativos à actividade na Ria Formosa são sempre os mesmos, uma repetição cronica que dá uma imagem distorcida da realidade, não se sabe ao certo com que propósito, mas que não cumpre com a sua vocação.
Desde sempre, 470 ha de área de viveiros, ocupação de 10.000 pessoas, mil seiscentos e poucos viveiros, números que em nada condizem com a realidade, uma vez que o numero de viveiros está reduzido a metade por falta de sustentabilidade, consequentemente o numero de pessoas baixou significativamente e a área bastante menor.
Se quisermos atribuir um valor económico às actividades tradicionais da Ria Formosa, não existem dados fidedignos que permitam fazer uma avaliação correcta, mas que permitem, às entidades publicas que deveriam proceder a investimentos indispensáveis ao desenvolvimento da Ria, que não se justificam tais investimentos. Num mundo de aldrabice, outra leitura não se pode fazer.
Quando em 2001 o IPIMAR, a pedido, dizia que na Ria Formosa, com uma área de produção de ameijoas de 470 ha  se produziam cerca de 7.060 toneladas/ano com uma densidade de 1,5 Kg/m2, estava a dizer que já nessa altura e apesar dos níveis de poluição, era possível obter aquela densidade, sendo de admitir, por nós, que se a qualidade das águas da Ria Formosa não fosse alterada eram esses os mínimos exigíveis. Ou será que o IPIMAR altera a densidade de acordo com as conveniencias das entidades publicas criminosas?
Mas porque não só de ameijoa se vive na Ria Formosa, trazemos ao conhecimento do publico mais uma asneirada das entidades publicas no que diz respeito á apanha, produção e comercialização de bivalves. A Ria Formosa, cujas águas foram classificadas como de produção conquicola, o que obriga a determinados parâmetros de qualidade, não tem no momento qualquer Zona C, ou seja zona de onde os bivalves têm de ser transpostos para outra zona onde cumpram uma "quarentena" para redução dos coliformes fecais. Acontece que o bivalve predominante na Ria Formosa é o berbigão, espécie cujas capturas são algumas vezes mais que a da ameijoa. Ora as depuradoras não estão dotadas de capacidade suficiente para proceder à depuração do berbigão, ou seja o berbigão da Ria Formosa não é depurado, mal se percebendo porque razão se coloca um nível de segurança para a saúde mais elevado no caso da ameijoa e depois se fecham os olhos no caso do berbigão. Dualidade de critérios, de mui duvidosa eficácia.
Mas não se ficam por aqui as diatribes das entidades publicas. Quando licenciam as depuradoras, obrigam-nas a ter um sistema informático para a produção dos selos de depuração, que não têm um numero sequencial de registo, pelo que se pode dizer que não há qualquer controlo sobre a depuração de bivalves mesmo que isso represente um perigo para a saúde publica. Depuradoras e selos, uma farsa que visam sobretudo prejudicar os produtores e engordar os agentes económicos sem escrúpulos, perante o silencio cúmplice das entidades publicas envolvidas no processo, sejam elas a Direcção regional de Agricultura e Pesca, a Autoridade Veterinária, o IPIMAR. E depois vêm argumentar com a certificação dos bivalves como forma de valorização do produto. Deverá ser a certificação da CACA!
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

Os numero de viveiristas pagantes são menos mas as areas são as mesmas,e os viveiros existentes são mais contando com os cladestinos, e aumentos de areas dos existentes que é uma vergonha.