OLHÃO: POLVO ESTURRADO NOS BOMBEIROS

Olhão, 24 de Agosto de 2013
Denuncia.
Meus caros, administradores e seguidores desta causa do Olhão Livre, ao
ver a denúncia efetuada á poucos dias neste blog, sobre o polvo do
município que chegou aos bombeiros, fiquei com alguma adrenalina para
assim puder continuar a brilhante atitude, audácia que tal pessoa que a
iniciou. O que vos irei denunciar não é com a finalidade de denegrir ou
manchar a imagem das pessoas ou instituições aqui mencionadas, mas sim
relatar factos verídicos que não deveriam existir, e só com esforço de
todos até mesmo dos responsáveis poderemos todos efectuar um bom serviço
público, sem jogadas de bastidores. Importa salientar que o referido
“Polvo” do município não chegou aos Bombeiros, mas sim o do município,
que já gerou crias, e uma delas, foi largada na Divisão dos Bombeiros e
Proteção Civil de Olhão. Utilizando os meus poucos conhecimentos de
biologia o tal bicharoco (o Polvo), ele possui oito braços, assim irei
enumerar os problemas que se passam na divisão dos bombeiros e proteção
civil de olhão. Como deveis saber, caros seguidores deste prestigiado
blog, não me poderei identificar, pois faço parte integrante da
estrutura, a que aqui me refiro, e como infelizmente existe muitas
represálias no seio desta estrutura tenho algum receio quanto ao meu
futuro. É do conhecimento geral, que existem direitos e deveres dos
colaboradores (funcionários), como irei transcreve-los da legislação em
vigor:
… - Cumprir a Lei, o estatutos e os regulamentos;
… - Defender o interesse público e exercer as funções que lhe forem
confiadas com dedicação, competência, zelo, assiduidade, obediência e
correcção;
Assim, esta denúncia é justificada com base nos deveres de colaborador,
tentando cumprir a lei, defendendo o interesse público e de zelar pela
organização.
1º Braço: Dando seguimento ao denunciado, á poucos dias, sobre o
sobrinho do comandante do corpo bombeiros de Olhão, o Exmº Sr. que a
efectuou, não conhecia ou então não quis adiantar toda a verdade em
relação a este funcionário do município. No tempo das “vacas gordas” em
que se fazia serviço na Ilha da Armona o sobrinho do actual comandante
era dispensado do serviço no quartel, e era destacado para a ilha todos
os dias, ganhando assim muitas horas extraordinárias, coisa que, com
este sistema, os outros bombeiros eram privados de as ganhar. Não
assinado as antigas folhas de ponto que posteriormente tinha acesso no
gabinete do tio. Quando a pessoa em causa chegava atrasado o
destacamento da ilha, este só ficava operacional passado algum tempo da
hora estabelecida em ordem de serviço interna. Passados estes anos, nada
aconteceu e tudo recebeu. Atualmente, está a acontecer o mesmo, a pessoa
em causa, está a frequentar uma licenciatura não na universidade de
Loulé como foi mencionado mas sim em Faro, licenciatura tal, que é a
mesma que o tio o comandante frequentou (os trabalhos universitários
devem ser os mesmos!) Mas o sistema actual mudou, já não existem as
folhas de ponto mas um sistema informático de picagem de entrada/saída
com a utilização da impressão digital de cada funcionário, mais difícil
de contornar mas não impossível. Pois o impossível acontece o referido
funcionário no dia que está de serviço vem ao quartel efectuar a picagem
de entrada e depois abandona o serviço com destino á universidade,
estando a receber o dia de ordenado não estando presente ao serviço da
população. Mais grave ainda é o chamado chefe de equipa não reportar
esta situação não ao comandante que é o tio e sabe de tal situação, mas
superiormente. A prepotência, arrogância e desprezo perante os colegas é
tanto que é digno de um bombeiro ter estas qualidades, está a aprender
muito bem com o tio que desde o início das funções de comandante a sua
postura mudou claramente para com todos os bombeiros, já deverá estar
esquecido que um dia esteve no lado de cá. Só relembro ao Sr. comandante
que o cargo agora ocupado não é vitalício, são comissões de serviço e
cargos políticos. Ainda referente ao funcionário em causa, este tem
acesso privilegiado a todo o sistema e informação informática desta
divisão do município, será que a entidade detentora do corpo de
bombeiros tem conhecimento sobre esta situação? Até agora ainda não
conheço qualquer deliberação do município para exercer tal função.
2º Braço: O não cumprimento do Dec. Lei 106/2002 Anexo I referente ao
art.º 5º. O corpo de bombeiros de olhão atualmente não garante a
segurança devida aos munícipes, encontrando-se em incumprimento. Existem
muitos equipamentos inoperacionais ou então no fim de vida. Os veículos
de socorro, combate a incêndios e auto escada não possuem equipamentos
de resgate e salvamento conforme está legislado (Despacho nº 21638/2009
especificações técnicas de veículos e equipamentos dos corpos de
bombeiros), os referidos equipamentos estão guardados em arrecadações
fechadas. O corpo de bombeiros de olhão só tem uma escada de ganchos
operacional, as outras estão por reparar á mais de dois anos O
equipamento de desencarceramento tem mais de 25 anos, mesmo com revisões
e manutenções está no fim de vida não oferecendo condições de que
trabalhe na perfeição e também não possui já as condições técnicas
exigidas. O município adquiriu equipamentos de 1ºs Socorros para as
ambulâncias e estes não estão a uso, não sabendo qual a justificação
para tal acontecer. Mas o dinheiro dos contribuintes/munícipes foi gasto
e não estão a ser rentabilizados.
3º Braço: O corpo de bombeiros de olhão é uma organização desorganizada,
pois assim é que o Sr. Comandante gosta, pois convém, para assim puder
“jogar” psicologicamente com os bombeiros. Quando não agrada vai pro
lado ou pra prateleira. O Sr. comandante e o município não estão a
aplicar nem o têm aprovado o Despacho do Governo nº 20915 / 2008
Regulamento do Modelo Organizativo dos Corpos de Bombeiros, nem mesmo o
regulamento interno. Pois só assim poderá fazer o que quer e o que
entende em prol dos interesses políticos instalados em redor do socorro
às populações. Utilizando a expressão atrás escrita “…faz o que quer…”,
o Sr. comandante desde a sua tomada de posse nas actuais funções
“abandonou” os seus bombeiros, deixados á sua sorte, é raro o
visionarmos nos teatros de operações em que os seus bombeiros são
comandados por elementos de outros corpos de bombeiros, é também raro o
visionarmos com a farda erguida só quando vai a reuniões ou festas para
o exterior, um bom exemplo tem que vir de cima. Não deverá ter
fardamento distribuído? Ou terá vergonha de ser visto como bombeiro pela
população? Ou então tem medo de ser reconhecido como Comandante. Só a
título de exemplo, é muito comum visionarmos os Srs. Comandantes de Faro
e Tavira erguerem as suas fardas.
4º Braço: Nos últimos quinze anos só existiu promoções de um elemento
deste corpo de bombeiros, foi o Sr. comandante, aos restantes bombeiros
tem sido vedada as suas progressões na carreira, (será que todos os
bombeiros que compõem este corpo de bombeiros não tem condições para
progredir?), sendo o único corpo de bombeiros do país só com bombeiros
de 3ª Classe (base da carreira). Situação esta que não se compreende,
pois existe vagas no quadro de pessoal por preencher. Por tal facto o
corpo de bombeiros de olhão está tecnicamente desactualizado pois os
bombeiros não podem frequentar cursos de formação e ou de actualização
técnica para assim inovar o socorro, os pré-requisitos para as
inscrições estão definidos pela entidade pedagógica que forma os
bombeiros. Infelizmente os bombeiros ao serviço da população olhanense
ainda estão a aplicar técnicas de socorro com mais de 20 anos, estando
estas completamente ultrapassadas, para justificar este último parágrafo
basta olharmos aqui pro lado dos nossos vizinhos de Faro e Tavira. Para
tentarmos solucionar o problema já efectuamos um pedido de uma reunião
com o Sr. Presidente do Município e até agora ainda estamos á espera de
respostas e soluções sobre este assunto. Possivelmente a única solução
será iniciar o processo judicial no tribunal administrativo de Loulé,
situação esta que já está a ser equacionada por alguns bombeiros, pois
estamos a exercer funções que não são para a nossa categoria
profissional e sem sermos ressarcidos para tal desempenho.
5º Braço: O não cumprimento do Despacho nº 9368/2008 Regulamento do
Sistema de Avaliação Bombeiros Voluntários. O corpo de bombeiros de
olhão/município atualmente não está a aplicar a avaliação aos bombeiros
voluntários que diariamente prestam socorro á população, não sabendo
assim a pessoa do Sr. comandante como as coisas estão, não existindo
qualquer ferramenta para corrigir eventuais falhas por parte destes, tão
abnegadas pessoas que saem de casa para vir dar um pouco delas em prol
do seu semelhante. Os meus colegas voluntários assim estão a ser
prejudicados também nas suas aspirações em subir de categoria, pois
estão barrados. Só se poderão propor a concurso de promoção após três
anos de avaliação e se não as há, como fazem?
 6º Braço: Atualmente o corpo de bombeiros participa no dispositivo
combate a incêndios florestais da Autoridade Nacional da Proteção Civil
com duas equipas (10 elementos) e dois veículos, a compensação
remuneratória de cada bombeiro é de 30 Euros por cada turno de 12 horas.
Esta compensação é enviada pela ANPC e AMAL para a Federação dos
Bombeiros do Algarve, que por coincidência a sede está instalada neste
corpo de bombeiros e o Sr. comandante faz parte da direcção. Ficando
assim a federação dos bombeiros do algarve com a responsabilidade de
efectuar os devidos pagamentos. Esta verba é sempre entregue para dez
bombeiros. Então fica por responder a quem de direito para onde é
canalizada as verbas que não são pagas aos bombeiros que faltam ou até
mesmo quando as escalas não são preenchidas na sua totalidade. O
descalabre instalou-se no momento em que o Sr. comandante deu ordens
para que quando a segunda equipa fosse solicitada ou accionada pelo
Centro Distrital de Operações de Socorro de Faro, esta, só sairia com a
sua autorização, referindo que o corpo de bombeiros ainda tinha dono
(auto-intitula-se dono do corpo de bombeiros de Olhão). Então Sr.
comandante os meios de socorro não são para o socorro às populações? Ou
só poderemos actuar quando nos sutorizar? Essa atitude só faz retardar o
socorro e fazer com que os bombeiros não cumprem o estabelecido na
avaliação de desempenho SIADAP– Prontidão na saída para incêndios.
Organização que não possui objectivos estratégicos de desenvolvimento a
nível técnico e de pessoal um dia mais tarde cai ou falha, e se falhar é
algum munícipe que sofre…

Não me irei alongar mais sobre os problemas reais desta divisão do
município, pois ainda existe muito mais que se poderia denunciar,
deixando ainda dois braços do polvo disponíveis para outros seguidores
do blog ou bombeiros se assim o entenderem efectuar mais denúncias.
Deixo aqui o desafio a todos os meus colegas para continuarem esta luta
sem medos ou receios, pois só assim poderemos todos em conjunto levar
esta casa (que também é nossa) a bom porto e voltar a servir o nosso
semelhante o melhor que sabemos e pudemos. Importa realçar de que o
corpo de bombeiros não possui só situações negativas, como atrás
descrevi, existem em maior número situações positivas que essas também
devem ser do conhecimento da população, mas infelizmente querem fechar o
corpo de bombeiros numa cúpula e não o querem demonstrar. Também terei
que me dirigir á pessoa do Sr. Comandante, que fique bem claro que
pessoalmente não tenho nada contra o Sr. gostaria sim de o observar a
fazer mais e melhor pelo corpo de bombeiros e pelos seus bombeiros em
prol de um melhor socorro á população. Gostaria de lhe deixar aqui duas
frases históricas do seio dos bombeiros: “- Um Comandante só é
Comandante se os Bombeiros tiverem confiança em quem lhes comanda e sem
BOMBEIROS não existe comandante.”

Quero aqui publicamente em jeito de conclusão dirigir-me a todos os
olhanenses:
Podem ficar descansados que nós bombeiros não os abandonaremos, mesmo
com tantas dificuldades que passamos, estaremos sempre cá para o que der
e vier e vos servir.

O texto acima foi-nos enviado por leitor anonimo e dispensa qualquer comentario da nossa parte, a não ser que a habitabilidade daquela corporação não é nada pacifica. Bem haja quem denuncia desta maneira, merecendo o nosso incondicional apoio. REVOLTEM-SE, PORRA!