A acreditar no que vem em http://www.diarionline.pt/noticia.php?refnoticia=143728 uma parte significativa das infra-estruturas ligadas à pesca, vai sofrer obras de beneficiação.
Depois do abandono a que foram votadas, pelos diversos governos onde se enquadrou também o actual presidente da Docapesca, vem a ministra da Crista anunciar a disponibilidade orçamental para levar a cabo obras que há muito deveriam ter sido feitas.
Falando pelo porto de pesca de Olhão, que mais parece um porto terceiro mundista com os arruamentos a parecerem que foram bombardeados como se estivessem no Iraque, o dinheiro que lhe parece destinado será muito pouco para o estado calamitoso em que se encontra.
Não se trata apenas do alcatrão. No lado poente, as antigas lotas da sardinha e a do arrasto estão pura e simplesmente em ruínas, ameaçando quem ali trabalha. O telhado do edifício central da lota é de amianto, substancia proibida, susceptível de provocar o cancro, com uma exposição permanente dos seus trabalhadores. O sistema de esgotos e tratamento de agua para rega do peixe contaminada com coliformes fecais. Um rosário demasiado grande, sempre omitido pelas entidades com responsabilidades.
Por outro lado, a passagem da gestão dos portos do IPTM para a Docapesca, mostra a forma como o governo trata a questão dos dinheiros públicos. É que a Docapesca devia milhões ao IPTM e ao assumir a gestão plena dos portos deixa de ter essa divida por auto-liquidação e passa a ter recitas que até aqui não tinha.
A grande preocupação da cambada que gere os destinos do país, é a certificação do pescado, porque dizem eles valoriza o peixe, quando está mais que provado que assim não é. Está na moda a certificação para tudo e mais alguma coisa, mas também sabemos como essa certificação é obtida.
A livre venda do pescado por parte dos pescadores da pesca artesanal, é que lhe poderá dar valor acrescentado. Obviamente que o pescado deve passar pela lota, quanto mais não seja para se saber do estado dos stocks, mas os pescadores passariam a poder livremente aos restaurantes, o que obrigaria os intermediarios, caso quisessem ter peixe na lota, a abrir os cordões à bolsa. Já a proposta da ministra vai apenas na modificação do leilão, mas ainda assim não passa de uma proposta que há mais de um ano que vem a ser estudada e nunca mais sai do papel.
Depois das obras, resta-nos saber como vai ser a gestão do porto, sobrando-nos demasiadas duvidas.
1 comentário:
Sendo um viveirista com a embarcação no Porto de Pesca penso que o que vai eventualmente mudar é a fachada porque as obras de fundo nunca se realizaram, o dinheiro ficará sempre na mão dos politicos e eles nós sabemos como lidam primeiro os bolsos deles bem cheios e depois o povo. Só não vê quem não quer para que serviu a POLIS? para os amigos e politicos. Para quem são os bons tachos " para os amigos e politicos". Estes PORTUGUESES andam a dormir, acordem por favor.
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