Há dias atrás, os mariscadores da ganchorra capitaneados pela Olhão Pesca, deslocaram-se junto ao edifício do IPMA para contestar as paralisações a que são forçados, como se pode ver em https://www.rtp.pt/noticias/pais/mariscadores-manifestaram-se-em-olhao-para-voltar-ao-mar-para-pescar_v1088739, atitude que nos merece alguns comentários.
As instituições do estado são as principais poluidoras não só da Ria Formosa como de toda a costa portuguesa quando mantêm esgotos directos sem tratamento e ETAR a descarregar elevadas quantidades de fitoplancton potencial mente toxigeno assim como de nutrientes que aceleram a sua multiplicação, conforme imagens que reproduzimos de seguida.
As imagens foram retiradas da monitorização efectuada pelo CIMA da UALG, de quem reproduzimos também a capa, documento que já desapareceu da net.
Ao IPMA competia proceder à monitorização regular da qualidade ecológica das aguas da Ria Formosa e da costa tendo em vista destinarem-se à produção conquicola (bivalves), mas ao invés disso finge nada saber sobre a proveniência, a origem do fitplancton potencialmente toxigeno.
É evidente que também sabemos que esse fitoplancton existe no meio natural, mas não em quantidades que justifiquem a frequência e a dimensão das interdições, embora sejamos defensores de que a saúde publica deverá estar acima de qualquer outro factor.
Claro que a direcção do IPMA está subordinada aos ministérios que o tutelam, como obediência ao Estado patrão, um Estado que reprime os pequenos particulares quando poluem mas que deixa os grandes poluidores, como ele próprio, de fora.
Compreendemos e estamos solidários com os mariscadores quando pedem o subsidio pela paralisação a que são forçados e que atinge mais de metade do ano. Para o Estado fugir ao pagamento dos subsídios segue a estratégia de deixar aberta alguma espécie ou zona, para que os mariscadores não possam dizer que não podem exercer a actividade.
O IPMA deveria explicar é como é que algumas espécies estão livres de toxinas quando todos eles têm a mesma forma de alimentação, filtração, pelo qual absorvem o fitoplâncton. Seia curiosa a explicação! Ou será que haverá outras que se escondem no segredo dos deuses?
Vejamos, o Barlavento algarvio já está totalmente ocupado para fins turísticos e está na altura de se virarem para o Sotavento, não com hotéis mas com resorts que dão mais lucro e mais rapidamente vendíveis.
Como se sabe a pesca da ganchorra pela pequena pesca, faz-se mais perto da linha de costa, podendo entrar em conflito com o uso balnear, uso esse que para o Poder político é indispensavel, mesmo que para isso tenha de sacrificar quem vive deste tipo de actividade. Talvez seja essa a principal razão de tanta interdição.
Falta ainda dizer que a época ideal para o aparecimento das biotoxinas é na primavera quando as aguas começam a aquecer e aumenta a luminosidade, o que facilita a floração de algas toxigenas. Só que de há uns anos para cá, as interdições surgem durante todo o verão, Coincidências?
Os mariscadores têm é de questionar qual a relação causa/efeito da presença de tanto fitoplancton potencialmente toxigeno, Faltou essa pergunta!
2 comentários:
Revolta tão mansinha, tão silenciosa, que as instituições são levadas a pensar que é neve a cair.
há pouco por volta das 17 h. passeando na zona ribeirinha, em frente à Poliçia, uma boca de esgoto bem grande, deitava uma água suja, castanha, bem porca, pena que não fiz uma foto, porque esqueçi-me do telemóvel, lembrei-me que hoje o Ministro das obras provisórias visita a nossa Terra, deviam aproveitar e mostrar-lhe essa água bem limpa e ofereçer-lhe umas ameijoas bem saborosas dos viveiros em frente ?
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