Começa hoje o Festival de Marisco, tendo sido convidada para a sua abertura, a ministra do mar. Devemos dizer que este é mais um Festival Musical do que gastronómico, já que o grande cartaz não é o marisco produzido na Ria Formosa, mas antes os artistas, contra os quais nada temos.
Na Ria Formosa produz-se, ainda, ameijoa-boa, berbigão, ameijoa de cão, lingueirão, espécies todas elas ameaçadas pelas constantes e duvidosas interdições como se já não chegasse a poluição. Àquelas espécies veio juntar-se uma outra, que de acordo com o Regulamento do Parque Natural da Ria Formosa não deveria aqui ter entrado, por se tratar de uma espécie exótica, a ostra cultivada em França que é a espécie exótica Cassostrea Gigas
Porque é do interesse dos grandes produtores franceses, com o apoio da União Europeia, a ostra tem vindo a ser promovida de tal forma, que até neste festival tem lugar de destaque, fazendo deslocar a Olhão um mestre na arte de abrir ostras, designado de campeão mundial.
Acontece que dos eleitos para a Câmara Municipal, três são parte interessada na produção de ostras, razão pela qual deveriam abster-se de promover acções que no fundo visam a promoção do seu produto.
Misturar a actividade política com a de negócios em causa própria, para além de ser eticamente reprovável, mostrando o nível de compromissos e de promiscuidade entre os diversos actores políticos envolvidos, de entre eles a ministra do mar, que tem responsabilidades directas na matéria.
Com o alargamento da placa continental, ficámos, por instantes, na posse do maior mar da Europa. Não passou de um sonho. Logo, os lobos da União Europeia, entenderam criar o Mar Europeu, que é no fundo o nosso mar, para permitir que as grandes potências pesqueiras possam trabalhar á vontade naquilo que é nosso, delapidando os nossos recurso naturais, explorando-os até à exaustão.
E como se isso não chegasse, num futuro breve, vamos assistir ao loteamento do nosso mar, para o alienar a interesses estrangeiros, condenando à fome os pescadores portugueses que ficarão sem espaço para a sua faina.
Se isto é aplicável ao Mar Europeu, outro tanto se prepara para a Ria Formosa, onde os antigos viveiros de ameijoa passarão a produzir ostra sob a batuta dos franceses, tal como António Pina havia avançado na sua campanha eleitoral de 2013, prosseguindo a sua política de "tudo para os de fora, nada para os de Olhão".
Quando acordará este Povo?
2 comentários:
esta manhã bem cedo, a Climex procedia a limpesa da praceta P. Lopes, mais conhecida pela estátua Floripes, isto é de louvar, será por causa do Festival ? mas quem vem pela rua do Comérçio, a famosa travessa do cimento, tresanda a cheiro a urina, que até dá vontade de vomitar, será que também não tem direito a ser lavada e desinfetada ? mas isto tem que ser feito quase sempre, não é só agora ?
Qual acordar qual quê, que ninguém perturbe o descanso dos inteligentes.
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