domingo, 26 de agosto de 2018

OLHÃO EM NOITES DE LEVANTE

O Verão é por todas as razões e mais algumas a altura do ano em que as pessoas saem à rua, não necessitando de qualquer outro estimulo que não a temperatura. Mas mesmo assim, um pouco por todo o lado as autarquias gastam os dinheiros públicos nas mais variadas formas de animação.
Ao mesmo tempo as nossas televisões entram-nos pela casa adentro com horas e horas de futebol, de telenovelas e de tudo quanto mexa com as emoções das pessoas. Raro é ver-se um órgão de comunicação social pronunciar-se sobre os problemas reais das pessoas a não ser por obra da intervenção de algum titular de cargo político, vomitando a sua treta. Alienação quanto baste para manter o Zé Pagode calmo e sereno mas de barriga vazia.
Vem isto a propósito do somatório de eventos que as autarquias de Olhão têm vindo a promover umas atrás das outras, sem que as pessoas se apercebam bem dos seus custos. Depois dos Piratas da Câmara, em Festival e que custaram só quinze mil euros, veio o Festival de Marisco de que nunca são apresentadas contas embora se saiba que este ano foi um autêntico fiasco. Que mais falta?
Claro! As Noites de Levante brindadas com dezanove mil, novecentos e noventa euros.
No essencial, todas as festas, festinhas e festonas se resumem à Avenida 5 de Outubro como se o resto da cidade e do conselho a elas não tivessem direito. Quando é que a Câmara Municipal promove um evento na Fuzeta, em Moncarapacho, Pechão ou Quelfes? Já sabemos, ali são as Juntas que o fazem! Mas Olhão também tem uma Junta, e o que faz?
Até os bailes que organizavam na Praceta de Agadir acabaram! Sim, já sabemos que houve reclamações por causa do barulho antes da meia noite. Não dizem é quem é o ou a reclamante, mas também sabemos que os "donos" da Praceta são um casal, sendo ela a presidente do concelho de administração do hospital de Faro, exactamente a mesma que foi objecto de processo do Tribunal de Contas, conjuntamente com António Pina, presidente da câmara Municipal de Olhão, por contratações irregulares. 
Quanto custavam estes bailes? Cento e cinquenta a duzentos euros? 
Como a reclamante tem peso, priva-se a população de um pé de dança até à meia-noite. O que aconteceria se os Piratas trazidos pelo Levante chegassem à Praceta de Agadir, situada junto à fronteira norte de Olhão, o caminho-de-ferro?
Ruído é ruído, seja na 5 de Outubro ou em Agadir, mas sinceramente, abandonar um evento de custos reduzidos, a norte, para promover eventos de milhares a sul, é mesmo de quem não enxerga a cidade no seu todo.

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