terça-feira, 22 de janeiro de 2019

OLHÃO: CÂMARA CONTRA CAUSA ANIMAL!

Na sequência da demolição do quintal, onde a autarquia de Olhão pretende instalar um silo automóvel, os animais que ali tinham o seu abrigo entraram em stress de tal forma que agora é difícil apanha-los.
Entretanto lemos a nota da ADAPO dando conta de que os trabalhos de demolição se encontravam suspensos por uma semana, para que fosse possível apanhar o que resta da colónia de gatos.
Nas redes sociais foi por demais evidente o sentimento de indignação e revolta pela actuação da câmara e bem assim do seu lacaio de serviço. 
Quanto ao lacaio, devemos recordar que já não é a primeira vez que um funcionário da autarquia, no exercício de funções maltrata, insulta, enxovalha os munícipes, o que só é possível porque o presidente da câmara os protege quando era seu dever repreende-los ou mesmo agir disciplinarmente.
Mas o assunto dos animais não se esgota na tentativa da sua recuperação; é preciso pensar mais à frente.
Nos últimos tempos, o presidente veio anunciar a intenção de vender os estaleiros da autarquia para a construção de um eco-resort. E é nesses terrenos que está instalado o suposto canil municipal, tão bom, que não é permitida a recolha de imagens. Quem tem medo de que as pessoas se apercebam do que se passa ali? E não são os funcionários, mas a falta de condições da estrutura!
O mesmo presidente que já anunciou a intenção de gastar mais setecentos mil euros para a construção de um novo campo de futebol; o mesmo presidente que deu centenas de milhares de euros para um clube de futebol profissional; o mesmo presidente que todos os anos reparte centenas de milhares de euros por associações, onde os pais pagam a inscrição e mensalidades dos seus filhos; é o mesmo presidente que há três anos que não dá um cêntimo para as campanhas de esterilização dos animais de estimação abandonados.
Ora se o presidente, que já mostrou não ter vocação nem vontade de intervir na causa animal, que não suporta mas tem de aceita-la, e tanto fala em delegação de competências, bem que podia delegar competências nas associações que tanto trabalho têm feito junto dos animais abandonados; competências e as verbas necessárias para a sua execução.
A Câmara Municipal de Olhão tem terrenos onde pode instalar um canil/gatil, com o mínimo de condições de dignidade para acolher animais abandonados, maltratados ou doentes. Não se trata somente de alimenta-los mas também de trata-los, com o apoio veterinário e medicamentos. E não faria mais que a sua obrigação, até por imposição da Lei, mas também porque as associações vivem do voluntariado, da disponibilidade e do carinho dos tratadores de rua. Pura carolice!
Todos aqueles e aquelas que mostraram a sua indignação e revolta, e não só, mas toda a população tem o direito de exigir que a autarquia, perante a sua demissão em relação à causa animal, dote as associações dos meios técnicos e financeiros para que seja possível tratar os animais de estimação nas devidas condições.
Já agora aproveitar para recordar que parte destes animais abandonados, têm doenças que não sendo transmissíveis aos humanos, inviabilizam a sua adopção pelos elevados custos que representam. Será que não têm direito à vida?
A questão é a de saber se a autarquia pretende, como no passado, tratar dos animais como uma praga e extermina-los, ou tratar como amigos do homem,  controlando a natalidade, esterilizando-os.  Não basta discursos e promessas, mas acções e os eleitores têm todo o direito de exigir o seu cumprimento.
E porque não encher a caixa de correio electronico da câmara, manifestando o seu desagrado pela situação?

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