segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

OLHÃO E AS OBRAS DE S.ª ENGRÁCIA!

Para se entender os atrasos nas obras publicas em Olhão, devemos denunciar a forma como elas são contratualizadas.
Nos finais de 2017, a Ambiolhão, presidida pelo também presidente da câmara, celebrava um contrato com a CONDESP, a empresa que está fazendo os esgotos na zona poente da cidade, como se pode na imagem que se segue
Por via deste contrato, tinha um prazo de execução de 120 dias, mas quem tem acompanhado a obra sabe que há muito mais tempo do que isso. E não será por acaso já que se houver alterações aos planos da obra, elas suspendem os prazos e fazem subir os custos.
Pelo meio, a mesma empresa realizou obras para outras entidades publicas, empresariais ou não, como a Aguas do Algarve. Se a empresa repartir o seu pessoal pelas diversas obras, é muito provável que a mesma venha a sofrer atrasos.
Entretanto a Comissão Liquidatária da Sociedade Polis celebrou, a 30 de Novembro de 2018, um contrato com a mesma empresa para a empreitada de Requalificação Urbana e Ambiental de Troço da Avenida 5 de Outubro, no valor de mais de seiscentos e senta mil euros, com um prazo de conclusão de ... 180 dias de calendário. 
Tem vindo o presidente da câmara a responsabilizar o sociedade Polis pelo atraso as obras, um obra que é da iniciativa da autarquia e a sociedade Polis o instrumento financeiro para a sua execução.
O presidente da câmara já deu o mote para permitir o atraso na intervenção ao vir declarar que foram encontrados esgotos que ilegais não estavam no plano, esgotos esses com cerca de cem anos de existência. Mas que raio de autarquia é esta que não tem um registo, um mapeamento das redes de agua e saneamento?
Atentem no numero 6 da clausula oitava e perceberão do que estamos falando.
O presidente da câmara e não o dono da obra porque é a Polis que paga, tem tentado explicar que a obra estaria finalizada em Abril, mas se contarmos 180 dias de calendário a 30 de Novembro, chegamos a 30 de Maio. Apesar da sua formação em números também comete lapsos destes!
Mas mais, ainda hoje de manhã estive na posse um recibo de um trabalhador daquela obra, contratado através de uma empresa de trabalho temporário com o vencimento de 3,35 euros à hora, trabalho escravo muito a jeito da ganancia de um patrão que vê no salário do trabalhador a melhor maneira de ganhar dinheiro.
Qualquer máquina pesada custa na ordem dos quarenta euros à hora, 320 euros ao dia e são mais do que uma. Onde vai a empresa ganhar dinheiro senão na exploração, escravização dos seus trabalhadores? 
Hoje de manhã, houve um pequeno incidente porque uma equipa não estava devidamente documentada, pelo que uma senhora representante do dono da obra mandou suspender os trabalhos que estavam executando. Deixem-se andar assim que isto já parece as obras de Sª Engrácia!
E depois admirem-se dos comerciantes, restaurantes e operadores dos Mercados andarem de ânimos exaltados. É que muitos deles encaram o futuro próximo de forma muita escura.

Sem comentários: