sexta-feira, 5 de junho de 2020

RIA FORMOSA: QUE ANALISES SÃO ESTAS?

Ontem foi publicado o mais recente estado da situação dos bivalves em território português, como podem ver em https://api.ipma.pt/public-data/snmb_bulletins/0762020-ci_snmb-04_06_2020.pdf.
Porque integramos a zona da Ria Formosa, centrámos a nossa atenção à situação na sua costa e encontramos algumas contradições. É que parecem haver barreiras à transmissão das biotoxinas consoante mudam de lugar, apesar dos bivalves não usarem qualquer mascara para se protegerem, como nós fazemos contra o Covid 19.
Assim as zonas L7 c2 e L9 está fechada a captura de qualquer espécie de bivalves por contaminação por biotoxinas mas em L8 apenas está interdita a apanha da conquilha. Significa que a ameijoa branca ou o pé de burrinho só pode ser apanhado entre Quarteira e a Torre de Aires, estando o resto da costa interdita. É verdade que os bivalves têm capacidades filtradoras diferenciadas consoante a espécie, mas se no resto da costa está tudo contaminado como é que nesta zona L8 deixaram aberta a apanha de ameijoa branca e pé de burrinho? Curioso!
Mas a presente publicação mostra-nos outra contradição. Na Ria Formosa, as marés enchem e vazam, havendo um movimento de entrada e saída de aguas oceânicas, pelo menos é o que nos parece, apesar dos resultados nos fazerem crer que elas só vazam e não enchem. É que se nas aguas costeiras se regista a presença de biotoxinas, como evitar que elas entrem na Ria? Já percebemos! As marés não entram na Barrinha em Faro, mas entram na barra da Fuzeta, razão pela qual os bivalves podem ser apanhados em Faro mas não podem ser apanhados na Fuzeta; já na zona Olhão 1 está aberta para a apanha da ostra e ficamos sem saber por onde entram estas aguas, porque se entra pela barra da Fuzeta deveria estar tão contaminada quanto aquelas e se entra pela barra da Armona, deveria acusar os mesmos resultados que Olhão 2 e isso não acontece. Temos assim que as aguas da zona Olhão 1 são transportadas de hidroavião. As zonas Olhão 4 e 5 beneficiam da entrada de aguas pela Barra Faro/Olhão, passando pelo filtro ali colocado para que as toxinas não passem.
Digam lá que as nossas entidades não fazem um excelente trabalho em prol de alguns (poucos)?   

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