Desde as últimas semanas, após o desconfinamento
e a redução das suas medidas, que todo o país se encontra a funcionar quase a
100%.
Alargou-se o número de pessoas em interior
de café e restaurantes, alargou-se o número de pessoas em esplanada, o comércio
alimentar e não alimentar voltou ao horário normal, os transportes públicos
podem circular sem restrições de lotação, etc.
CONTUDO…, como irá acontecer ainda no
próximo sábado, a CMO, o Pina e a Mercados de Olhão insistem em manter uma
manifestação simbólica de força na Praça de Olhão.
No mercado de rua, ao ar livre, mantêm-se
as medidas restritivas (já revogadas a nível nacional) e apenas 50% dos
agricultores e produtores locais podem colocar os seus produtos no mercado,
conseguindo obter algum rendimento apenas de 15 em 15 dias. Sendo produtos
perecíveis, perdem o rendimento do seu trabalho (para além dos produtos
hortícolas, há as frutas da época, como os albricoques que já foram “para os porcos”).
Entretanto os comerciantes ambulantes (roupas e outros) nem isso podem fazer.
Alegam que o aumento de vendedores diminui
a abertura visual para que se possa admirar a nossa ria e terá que se dar
distanciamento para a possibilidade de aumento das visitas de turistas.
Balelas!! Querem passar-se por defensores dos olhanenses e zeladores da sua
segurança.
Na verdade apenas desrespeitam o nosso
povo trabalhador, desprezam e desvalorizam o seu trabalho, cortam a
possibilidade de ganhar o seu sustento e impedem a população de Olhão de se
abastecer e ter acesso aos produtos essenciais no comércio e produção local. Continuam
a ignorar por completo as evidências actualmente discutidas da necessidade de
criar uma economia autónoma, apostando na produção local (pesca, agricultura,
indústria) e continuam a apostar no turismo com “unhas e dentes” esquecendo
todas as outras actividades.
A pandemia serve de desculpa para tudo,
principalmente para a restrição dos direitos dos cidadãos e para a implantação
de medidas coercivas, intimidatórias e antidemocráticas. Mantendo estas
restrições a CMO, o Pina e a Mercados de Olhão querem decidir pelos cidadãos
sem dar hipótese de questionamento, manter o poder que adquiriram à sombra da
pandemia, governar pelo medo e pela intimidação. Essa é também a razão por que se
continua a controlar e vigiar os “cidadãos criminosos” mantendo-se os seguranças
à entrada dos mercados cobertos (um ou dois em cada porta central), mas também
nos acessos do mercado de rua (um em cada ponta e dois ou três no acesso dos
estacionamentos). Quase poderíamos dizer que há mais seguranças do que
vendedores!
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