domingo, 6 de junho de 2021

RIA FORMOSA: AS INAUGURAÇÕES DE CAMPANHA ELEITORAL!

 A maioria das pessoas não questionam nem se interessam pelos meandros da politica mas sabem manifestar a sua discordância em determinadas matérias ainda que desconhecendo a legislação.
A Lei Eleitoral para os Orgãos das Autarquias Locais, que de forma conveniente foi actualizada no passado dia 4 deste mês, fixa o calendário das próximas eleições autarquicas. Assim elas devem ser marcadas até oitenta dias da sua realização que deverá ocorrer entre 22 de Setembro e 14 de Outubro, pelo que deverão ser marcadas entre 5 e 26 de Julho..
Mantendo o essencial, pelo menos no que diz respeito aos principios da neutralidade e imparcialidade, revoga o que até agora estipulava sobre a comunicação social e publicidade comercial, entregando aos partidos com maior capacidade financeira a utilização destes meios para fazerem sua propaganda, um contrassenso quando se fala na igualdade de oportunidades. Muito conveniente estas alterações para um periodo de pandemia!
A partir da marcação da data das eleições, todas as entidades publicas estão impedidas de praticar todas as actividades que possam beneficiar ou prejudicar qualquer candidatura. Essa é a razão, a aproximação da marcação do acto eleitoral, porque se assiste a membros do governo a procederem a inaugurações com as quais vão ajudar as autarquias da mesma cor partidária. Foi assim com a inauguração do fim das obras de melhoramento da lota da Fuzeta tal como a inauguração do cais na Ilha de Tavira e que já vinha sendo utilizado desde o ano passado como se pode ver em https://www.algarveprimeiro.com/d/ministro-do-ambiente-destaca-papel-da-cooperacao-para-haver-novo-cais-em-tavira/38660-1. Isto é que são grandes inaugurações! Em Olhão também não será diferente.
De qualquer das formas, ressalta da conversa fiada do ministro dito do ambiente, a necessidade permanente de intervenções na Ria Formosa, algumas delas bem mais necessárias que a inauguração de cais. A reposição da Barra de Cacela no seu ponto de origem e a correcção do crime ali cometido, a dragagem na Barra de Tavira, a dragagem da Barra da Armona entre outras.
Cingir as intervenções a melhorias em cais de acesso, necessarias sem duvidas, mas mais para servir visitantes do que residentes, é uma opção errada e que nada tem com os problemas ambientais da Ria, bastante mais graves.
A dragagem das barras, para alem de melhorar as condições de segurança de quem é obrigado a utiliza-las, é proceder à renovação de aguas dentro da Ria, condição indispensavel para que ela volte a ser a grande maternidade para muitas espécies piscicolas de valor acrescido e para o desenvolvimento da actividade da aquacultura.
As areias na costa algarvia movimentam-se tendencialmente no sentido poente-nascente, acumulando-se a poente de obstaculos á sua normal movimentação como o são os molhos das barras artificiais ou esporões, ao mesmo tempo que no lado nascente daqueles obstaculos diminui a mancha de areal. O desequilibrio provocado por aqueles obstaculos artificiais, obrigaria a medidas compensatórias quase quem em regime de permanência e que deveriam ser bandeira dos autarcas da zona de intervenção da Ria Formosa, se acaso defendessem as suas populações.
Tudo o mais é pura campanha eleitoral! 

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