Os nossos autarcas fazem questão de enaltecer o desenvolvimento da cidade mas as imagens desmentem-nos. As imagens reportam a desertificação da Rua do Comercio, outrora muito concorrida e hoje transformada em rua de fantasmas, com apenas duas pessoas.
O pseudo-desenvolvimento surge assim como uma transferencia da actividade económica e social para outras bandas, provocando o despovoamento do centro histórico da cidade, uma cidade a varias velocidades, quando a Câmara deveria ter promovido o crescimento harmonioso sem afectar largas camadas da população, em particular o pequeno comercio tradicional.
Tudo isto para satisfação dos grandes grupos económicos ligados ao sector da distribuição, que destroiem a economia local, não adquirindo um cêntimo de produtos da região. Das mais valias desses grupos, o que sobra para a cidade é um valor residual proveniente dos salários. Acontece que por cada posto de trabalho criado naquelas superfícies comerciais, perdem-se quatro no comercio e no sector produtivo.
E como se isso não bastasse, ainda são eles quem dita ou compra as regras das autarquias para o comercio, alargando e diversificando horários de funcionamento, a seu bel prazer. Às autarquias cabe a defesa ou protecção dos seus cidadãos, comerciantes e produtores, não permitindo a sua destruição como temos vindo a assistir. Como? No acto de licenciamento destas unidades, impor desde logo o encerramento aos Domingos e ainda a obrigatoriedade de consumir um percentagem apreciável de produtos da região.
A prioridade da Câmara tem sido a de beneficiar directamente algumas destas superfícies como é o caso do Pingo Doce, com um parque de estacionamento a preceito e grátis na primeira hora, o tempo suficiente para fazer as compras; ou o Ria Shoping que até constava na agenda mensal da autarquia.
A promiscuidade da autarquia com grupos económicos tem sido uma constante a tresandar a corrupção ou os crimes conexos, chegando ao ponto de permitirem que na construção do Ria Shoping colassem a sua estrutura à do prédio contíguo.
O encerramento aos Domingos dos centros comerciais e supermercados permitia ao pequeno comercio uma concorrencia mais salutar para alem de gerar outro movimento na zona central da cidade, como acontecia antes da sua abertura.
Mas todos nós sabemos que estas autarquias, e não é só a nossa, estão mais interessadas no crescimento dos grandes grupos económicos do que no das suas populações. Onde há dinheiro, há algo mais que tresanda, mas que faz as delicias de um gang para quem o exercício do Poder se resume ao enriquecimento ilícito.
Não espanta pois que os principais candidatos, rosa e laranja azulada estejam calados sobre as perspectivas de desenvolvimento da cidade; afinal o que menos importa para eles, são as pessoas.
REVOLTEM-SE, PORRA!
4 comentários:
Turramote o Leal enterrou o comércio local e tu indicas o caminho do Fórum
andas a tirar fotos as 7 de manha, pois tem que tar tude fechado...
Mesmo que as fotos fossem tiradas às 7 da manhã, só quem não quer é que não vê a quantidade de lojas fechadas. É evidente que em Faro está pior! Nós ainda temos a ria aqui ao pé,que puxa os passeantes. O dr Pina que diz que irá lutar tanto pela ria formosa e que quer é desenvolver o turismo ribeirinho e nas praias, devia era estar preocupado com a limpeza dessa ria e a sua reorganização.
Nunca vi o sol às 7 da manhã bater na fachada da antiga drogaria do Zé Tomás da Graça hoje laboratório de análises.
será que esse comentador que diz que a foto é tirada às 7 da manhã tenha fugido de algum hostipat psiquiátrico,ou bebeu alguma bebida estragada.
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