Há quatro anos atrás, o Sporting Clube Olhanense subia ao primeiro escalão do futebol nacional. Era também ano de eleições, e o presidente da Câmara viu nisso uma oportunidade de ouro, jogando com os sentimentos dos olhanenses, de ganhar votos nas eleições que se aproximavam, anunciando um apoio ao clube na ordem de um milhão de euros.
Volvidos quatro anos e com novas eleições à porta, outro cambalacho se prepara, só que desta vez não surgem os autarcas a "oferecer" o que não é deles, mas o clube a pedir algo a que não tem direito nem moral para o fazer.
O Sporting Clube Olhanense era detentor de um património assinalável, que tem vindo a ser alienado, do qual constava o Estádio Padinha.
Em declarações que podem ser lidas em http://www.maisfutebol.iol.pt/superliga-geral/olhanense-presidente--dividas-confirma/1482122-1676.html o presidente do Sporting Olhanense vem anunciar que o regresso a casa se verifica precisamente no dia das eleições, Coincidencia? Não, antes mais uma manobra eleitoralista. É que nas mesmas declarações é dito que foi doado ao clube um terreno para um campo de treinos junto ao Estádio Municipal, isto é na Quinta João de Ourem, propriedade do Grupo Bernardino Gomes.
Ora os negócios da Bernardino Gomes com a Câmara Municipal de Olhão estão todos viciados e a sugerir a existência de corrupção, bastando para isso verificar que estão construídos na Quinta João de Ourem 110 fogos a mais do que o Plano Director Municipal permitia; que o Marina Village tem cerca de 80 fogos a mais do que o PDM de Olhão permitia; que a venda do terreno para o hotel foi outro negocio escuro sem falar no índice de construção violar o PDM.
A Bernardino Gomes não é propriamente uma instituição de solidariedade social, até pelos antecedentes, mal se percebendo que venha agora oferecer um terreno ao clube local, se não houvesse outros interesses escondidos. Na Quinta João de Ourem nada se pode construir sem a necessária desafectação da Reserva Agrícola em primeiro lugar e em segundo não pode ser praticada a agricultura intensiva para evitar a contaminação do lençol freático, tendo até áreas de protecção para o furo de captação de agua. Portanto o que se trata é de contornar as restrições para que no futuro a Bernardino Gomes possa vir a dar outra utilidade àquele espaço, à revelia das questões ambientais que se levantam.
Claro que a isto não serão alheios os autarcas socialistas, membros do Conselho Geral do clube, que assim põem o presidente futebolistico a pedir em lugar de serem eles a oferecer. E que pede o presidente do futebol? Nada menos que a infra-estruturação do campo de treinos. Se tivermos em conta os protocolos que a Câmara Municipal de Olhão celebrou com o clube, mais os subsídios que lhe são atribuídos, então será melhor propor que a Câmara Municipal de Olhão crie a taxa fixa SCO de 5 euros, na factura da agua.
Temos pois o futebol, que até veste de preto e vermelho e não rosa, a interferir na campanha eleitoral com o clube a apelar indirectamente ao voto de quem lhes dá tantas benesses.
Quanto ao silencio dos candidatos que se perfilam para disputar a cadeira da presidência, temos que dizer que se o socialista faz parte do Conselho Geral, o líder da "oposição" fez parte do Conselho Fiscal do clube.
Já é tempo mais que suficiente para acabar com esta promiscuidade entre futebol, imobiliário e politica por ser nesse pântano que fermenta a corrupção!
REVOLTEM-SE, PORRA!
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