terça-feira, 6 de agosto de 2013

OLHÃO: A DESTRUIÇÃO DA PRINCIPAL ACTIVIDADE ECONOMICA


As imagens acima reproduzem documentos do IPIMAR de 2001 e do Instituto Nacional de Estatística 2012, permitindo verificar como tem vindo a regredir a principal actividade económica da Ria Formosa, o que afecta particularmente o concelho de Olhão.
O IPIMAR avançava com a produção de 7.000 toneladas por ano enquanto o INE, no ano de 2012 e para todo o Algarve, regista 2.339 toneladas. Destas ultimas poderemos dizer que a Ria de Alvor produz cerca de 468, ficando as restantes 1871 para a Ria Formosa.
Porque o IPIMAR se refere à produção controlada ao atribuir uma densidade de 1,5 Kg/m2, à deduzir das 1871 cerca de 10% relativas às capturadas nos baldios, ficando para os viveiristas 1.684 t/ano, o que representa uma perda de 76% relativamente aos números avançados pelo IPIMAR.
Imagine-se que, fazendo contas a 10 euros/Kg, perdem-se anualmente mais de cinquenta milhões de euros, de mais valias locais, distribuídas por milhares de pessoas e o impacto que esse dinheiro tinha na economia local.
Se compararmos com as grandes "conquistas de desenvolvimento" apontadas pelos doutorados em ciência politica rosa ou laranja, resumidas a meia dúzia de hipermercados e a um hotel, cujas mais valias que ficam no concelho se traduzem em pouco mais que os salários de quem lá trabalha.
Mesmo para aqueles que tanto defendem esta forma de turismo, sazonal é bom não esquecê-lo, a capacidade de consumo da população olhanense, seria muito maior que a soma da facturação dos estabelecimentos da Avenida 5 de Outubro e duraria todo o ano.
Não se infira disto que estejamos contra o turismo, mas contra uma certa espécie de turismo. É que se formos analisar os efeitos desse turismo, verificamos de facto uma melhoria na época estival, mas como contrapartida e após o mês de Setembro, uma parte significativa destes empreendimentos fecham as portas e mandam o pessoal para os centros de emprego, com a população inteira a contribuir para os trabalhadores desempregados, enquanto as entidades patronais se abotoam com os lucros da exploração. Ou seja, somos todos nós a subsidiar uma certa forma de turismo que agora muito aplaudem, fechando os olhos à realidade. Está na hora de acordar e dizer que o turismo é bem vindo mas jamais poderá ser elevado ao estatuto de sector essencial para o desenvolvimento do Pais, da Região ou do Concelho.
Nós temos recursos naturais suficientes para sobrevivermos a todas estas crises, desde que nos dêem condições para as explorar, e que acabam por ser uma mais valia para o turismo.
Os produtores de bivalves têm toda a razão para estar revoltados com as politicas que vêm sendo seguidas para o sector.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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