De há umas semanas a esta parte que se vem questionando a construção de um heliporto na Ilha da Culatra, feito com o suor dos moradores, mas que uma certa Liga de Palhaços Nacionais (LPN) vem pondo em causa por suposta ilegalidade.
Em boa verdade a obra é ilegal, como tanta outras que há na Ria Formosa, algumas delas praticadas,ou licenciadas por entidades publicas, que os palhaços da LPN nunca contestaram , talvez por fazerem parte de um sistema que visa em ultima analise correr com a população indígena para o entregar de mão beijada a alheios.
A Ria Formosa está ao abrigo do Plano de Ordenamento da Orla Costeira e do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa, planos que são contrários aos interesses dos indígenas por provocarem a degradação económica e social dos residentes.
Enquanto o primeiro plano manda matar o segundo manda esfolar, ao introduzirem as chamadas zonas de protecção total num e no outro zonas de interdição da presença humana, apenas para os nativos, porque para o uso balnear tudo é permitido, condicionando as actividades económicas tradicionais da Ria.
É curiosa a postura da LPN, que nada disse sobre a deposição no fundo da Barra da Grande dos colectores de agua e saneamento e que provocam o assoreamento da mesma, numa obra também ela ilegal, feita a titulo provisório mas que já dura há quatro anos; que nada diga sobre o péssimo funcionamento das ETAR e sobre os danos ambientais por elas provocados; que nada diga sobre a destruição do cordão dunar da Península de Cacela; que não se pronuncie sobre nova ponte para a Praia de Faro, etc, etc...
E se sempre temos defendido a legalidade dos actos, também defendemos, e já lá vão cerca de três anos, a suspensão e revisão dos planos de ordenamento e do Polis, planos aos quais se agarra a LPN para estar mais uma vez contra a população indígena.
Gostaríamos de saber de ponto de vista ambiental quais os danos que estão a ser causados com a construção do heliporto: mete a ilha no fundo? destruíram o cordão dunar? destruíram ninhos? O único aspecto negativo da obra é o não permitir a normal movimentação eólica das areias, o que teria sido evitado se a construção fosse feito no sistema de estacas, algo só possível se as autoridades o permitissem, mas que como se sabe, o que as entidades publicas querem é correr com os moradores das ilhas.
A LPN deveria ter em conta que acima de tudo está a protecção das pessoas e se os moradores da Culatra puseram mãos à obra foi pela falta de assitencia no socorro que está na origem de duas mortes no verão que há pouco acabou. O economicismo imposto pelo governo laranja faz com que os meios de socorro náuticos percam a sua eficácia, desguarnecendo as populações.
Ao manifestarmos a nossa solidariedade para com os moradores da Culatra, não deixamos de lhes chamar a atenção de que se se levanta um problema de legalidade em torno desta obra, tal deve-se ao facto de, na altura, não terem apoiado o pedido de suspensão e revisão dos planos de ordenamento e da extinção do Polis, contrários aos seus interesses, pedido esse que deve ser renovado por se manter cada vez mais actual.
Quanto à LPN recomendamos que deixem de se vender às entidades publicas e abandonem o fundamentalismo ambiental. Em tempos participei numa reunião de associações ambientais onde estava presente o então presidente da LPN que mais tarde passou a funcionário da Polis; também vi a presidente da LPN que se lhe seguiu num evento da Câmara Municipal de Olhão fazer o elogio das águas da Ria Formosa, omitindo a poluição. Porque será que nunca os vejo pronunciarem-se contra as entidades publicas? Será pelos subsídios que delas recebem? Será por algum tacho no futuro? Tenham vergonha!
VIVA A JUSTA LUTA DOS MORADORES DA CULATRA!
2 comentários:
E os moradores da Culatra não se manifestam? Afinal qual é o interesse deles? Se eles não mostram acção ninguém vai/pode fazer nada por eles!
Será que neste país e nesta cidade alguma vez iremos acordar?
Seremos como os caracóis e só quando tocarmos na tampa a escaldar e olharmos para a água a ferver lá em baixo com os outros a morrerem é que nos apercebemos onde estamos? Vamos sendo cozidos e alguns nem se apercebem! É mais fácil assim. Claro que é! Também é mais fácil ir ao RiaShopping passear (e comprar uma compensação momentânea) e não discutir a política que manda nas nossas vidas.
Será que ainda temos energia para desviar a tampa?
Veio manifestar-se com comentario menos proprios um anonimo que deveria estar a referi-se à propria mãe, mas que entendemos ser inapropriado. De qualquer forma devo dizer que se alguem está descontente com o heliporto, está no direito de apresentar as queixas que entender. Não tem é o direito de exigir que terceiros façam, aquilo que cobardemente não é capaz de fazer, dar a cara junto das autoridades.
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