domingo, 10 de abril de 2016

RIA FORMOSA: CONTAMINAÇÃO DA RIA MANIPULADA?

Em obediência a directivas europeias, as zonas de produção de bivalves, são classificadas de acordo com o grau de contaminação microbiológica que apresentarem.
Na Ria Formosa, mais propriamente na área de Olhão, foram criadas cinco zonas, Olh 1; Olh 2; Olh 3; Olh 4 e Olh 5.
Consultado o histórico das analises durante o ano de 2015, cingindo-nos apenas as realizadas à ameijoa-boa, verificamos que em Olh 1 foram realizadas 21 analises, das quais 13 tinham valores para classe A, 7 para classe B e apenas 1 para classe C; em Olh 2, foram realizadas 10 analises, com seis para classe A e 4 para classe B; em Olh 3, foram realizadas 12 analises com onze resultados para classe A e uma para C; em Olh 4, das onze analises, nove dariam para classe A e 2 para classe B; em Olh 5 de um total de 14 analises, 12 eram A, 1 B e 1 C.
Verifica-se também que Abril foi o único mês de 2015 em que os resultados das diversas zonas apresentavam um grau de contaminação susceptível da classificação em classe C, desmentindo a teoria de uns certos doutores de que a contaminação microbiológica se deve às escorrências superficiais da agricultura nas primeiras chuvadas. Acresce dizer que foi neste mês que se assistiu a um surto de mortandade na ameijoa e na ostra.
De acordo com as monitorizações feitas ao meio receptor, o grau de contaminação das aguas ultrapassa os limites mais elevados, o que não impede que as analises à carne dos bivalves determinem um grau de contaminação tão baixo como os expostos.
Os bivalves realizam um processo de bio-acumulação da contaminação por coliformes fecais, pelo que a sua exposição prolongada a elevados niveis da contaminação das aguas, determinariam um resultado muito superior, o que quer dizer que há algo de errado neste processo.
São diversas as analises à carne da ameijoa que apresentam uma contaminação inferior a 18 e-coli quando as analises ao meio receptor apresentam resultados acima dos dez mil.
Obviamente que este resultados representam determinados interesses, particularmente os de certas entidades publicas que vêem neles uma boa desculpa para dizer que não há poluição na Ria.
Os coliformes fecais são eliminados pela radiação solar e pelo calor pelo que, com estes resultados, ao serem cozinhados,não representam qualquer perigo para a saúde publica. Quando nos referimos a poluição das aguas da Ria, sem esquecer esta, estamos no essencial a referir àquela que mata a ameijoa e que condiciona os produtores tanto do ponto de vista económico como social,mas deixamos esta para outra altura.
No entanto, estes resultados, que até podem estar correctos, sugerem haver uma certa manipulação em todo o processo de recolha de amostras e quem o faz, está a enganar-se, pois está a contribuir para manter a actual situação nas aguas da Ria Formosa.

4 comentários:

Anónimo disse...

Lavagem mais branca não pode haver.
se as análises estão assim tão boas que falta fazem as depuradoras?
se as análises estão asssim tão boas para quê gastar milhões na nova ETAR?

Anónimo disse...

O método de recolha das aguas e bivalves para analises é uma vergonha.
Está na hora de encerrarem o IPIMAR
Nos meses de Agosto o volume de coliformes atingem 500 vezes mais.
na doca de olhao do que o permitido por Lei.

Anónimo disse...

É só blá, blá, blá inconsequente que diverte a MAFIA.

Anónimo disse...

Se já tivesse sido feita uma investigação CORRETA ao Ipimar aos anos que estava encer-
rado.Teve e tem alguns tecnicos validos mas tem um grupo que os afoga naquelas aguas
tão poluidas.Já começaram a investigar o que na Europa está investigado há muitos anos
A Universidade do Algarve é mais que suficiente e o Ipimar Para quê? Se aparecer um
Governo que se interesse pela matéria "TEREMOS UMA BELA TELONOVELA"