domingo, 3 de abril de 2016

RIA FORMOSA: DEMOLIÇÕES SUSPENSAS OU NÃO?

Resultado de imagem para imagens da ilha do farol

Estamos a assistir a noticias contraditórias sobre a situação das casas nas ilhas barreira da Ria Formosa, que nos merecem alguns comentários.
O jornal Publico em https://www.publico.pt/local/noticia/camaleoes-nao-evitam-demolicoes-na-ria-formosa-1727827?frm=ult, vem dizendo que segundo o presidente da Sociedade Polis, os recursos apresentados não têm efeitos suspensivos das demolições, contrariando assim a interpretação do advogado dos moradores.
Mas também devemos dizer que a interpretação do advogado não é exactamente a mesma dos representantes dos moradores, porque enquanto o advogado aponta para a suspensão das demolições, os representantes falam na suspensão de qualquer acto administrativo.
Aquilo que foi alegado nas providências cautelares, é que os quintais das moradias serviam de habitat ao camaleão, espécie protegida por convenções internacionais. 
A vida tem-nos ensinado que a administração publica sabe como contornar este obstáculo, arranjando um parecer cientifico que lhe vai permitir propor a transferência dos camaleões para outro sitio onde continue protegido, ou não fizesse parte do concelho consultivo da Polis, o Parque Natural da Ria Formosa.
Mas mesmo que assim não fosse, uma coisa são as demolições e outra bem diferente, a tomada da posse administrativa das moradias, o que para os moradores, vinha a ter o mesmo efeito. Em boa verdade, a Polis, a qualquer momento, pode desistir das demolições e alegar que apenas pretende a tomada da posse administrativa, salvaguardando o camaleão, e aqui não haverá volta a dar, restando saber se as ilhas são ou não Domínio Publico Hídrico.
Para manter esta postura, o presidente da Polis, necessita desde logo, do apoio da hierarquia, ou seja do governo, agora socialista.
Goste-se ou não, Sebastião Braz Teixeira, é um técnico de méritos reconhecidos, sendo ele o responsável pela demarcação da linha de preia mar de aguas vivas equinociais na costa algarvia, a partir da qual é traçada a faixa de cinquenta metros do Domínio Publico Marítimo, trabalho realizado em 2009.
Não será pois de forma gratuita ou da sua autoria a continuação da intenção de proceder às demolições nas ilhas barreira, mas antes, do governo de António Costa, sob a orientação do ministro do ambiente e ordenamento, que ficou de apresentar uma "solução consensual" no prazo de quinze dias, já ultrapassados. Ou será que o ministro estava à espera de uma decisão judicial, evitando assim o desgaste de imagem do governo?
As providências cautelares têm o mérito de retardar a execução do plano demolidor, de ganhar tempo para reorganizar as forças dos moradores, mas que só terão eficácia se mantiverem a pressão politica, saindo à rua e exigindo a igualdade de tratamento por parte da administração publica. 
A solução para as ilhas é essencialmente politica. Quem tem o Poder de fazer leis, tem também o Poder de as alterar, se entender que estão erradas,mas não parece ser o entendimento dominante.
Não podem, os moradores criar ilusões, porque de há muitos anos que se vem preparando o ataque à Ria Formosa, não esquecendo nunca, que foi nas negociações para a integração europeia que nos foi imposto o sector turistico como forma de "compensar" a destruição do nosso sector produtivo, como a pesca, agricultura ou industria. 
LUTEM! SEM LUTA, NÃO HÁ VITORIA! 

8 comentários:

Anónimo disse...

A Polis só faz o que o poder político mandar mas, em vários casos, a sua acção no terreno configura-se: mais fdp que o patrão fdp,para os amigos tudo para os outros a lei.De toda a legislação sobressai que para a Praia de Faro há a intenção inequívoca do poder político em arrasar as pontas e grande parte da área afecta à CMF ( não se esqueçam que o projecto da duna gigante e não só, aquando do tempo da Valentina Calixto, só está ibernado não esquecido), enquanto que para o Farol, Hangares,Culatra, Armona, a mesma intenção política de tudo arrasar não está expressa mas sim de forma muito subjectiva, dando a entender navegação à vista conforme o estado do tempo (para bom entendedor). De tudo o que tem ocorrido ressalta algo de obscuro, mafioso, falho de transparência e respeito pela dignificação dos valores que o regime democrático não abdica face a uma qualquer ditadura-TUDO COM CHANCELA POLÍTICA.Sejam felizes.

Anónimo disse...

Aqui está a resposta para alguns que dizem que ao quintais das casas protegem o camaleão, está classificado, desde 2005, no Livro Vermelho das espécies como não ameaçado em Portugal ainda que o seu habitat tenha sido muito retalhado e fragmentado pela construção e ocupação humana nas últimas duas décadas.
Como medidas de conservação defende-se a preservação das dunas, essenciais à reprodução destas populações.
Afinal quem tem razão os técnicos ou os donos das casas?

Anónimo disse...

Mais um excelente esclarecimento do OL. Tudo depende da decisão política: política que tem razões que a razão desconhece. Enquanto a irmandade de "sábios" não decidir não teremos a decisão política. Sejam felizes na paz dos inocentes.

Anónimo disse...

PARA QD UM TEXTO SOBRE A INJUSTIÇA E AFILHADOS DA CRUX VERMELHA DA FUSETA DOS GESTORES MOSS

Anónimo disse...

o Camaleão de 2 patas deve estar a gozar com as pessoas da Ilha do Farol pois sabe que as casas vão ser demolidas pelo seu partido e anda a enganar as pessoas a dizer que as casas não vão ainda abaixo.
Diz-se defensor da natureza esse camaleão mas gostava de ver se ele gastava o dinheiro dos contribuintes de Olhão para defender casas na Ilha do Farol Concelho de Faro se ele o conselheiro e os amigos, não tivessem lá casa.
Se defende tanto a natureza porque deixou demolir as casas na Ilha do Coco e da Ilha da Ratas sediadas no Concelho de OLhão será que não havia lá camaleões?Ou deixou demolir porque era os pés descalços, que tinha lá casas?

Anónimo disse...

" Em política o que parece é" frase referência em qualquer academia política. Passaram os quinze dias prometidos e nada de decisão; Daí ser legítimo supor-se que alguém acalentou a esperança que a decisão judicial apoiasse a intenção política de demolir. Os juízes tiveram clarividência, o discernimento analítico do que em causa está e por agora fintaram a manha política.

Anónimo disse...

Iremos ver se sim ou não a Ria Formosa está metida na traficância da MAFIA internacional com apoio da local?.Talvez um dia uma investigação incorruptível dos bons faça luz sobre a actividade negra dos maus.

Anónimo disse...

Tudo isto faz parte do código da nossa justiça, empurrão para aqui outro empurrão para li mas tudo vai acabar no derrube.
Não tenham duvidas e não se esqueçam que tudo começou ao tempo do senhor Engº José Sócrates.
Tudo o que diz serve só para alimentar os incautos, quando foi aprovado o POLIS ninguém acreditava no que está a acontecer por conseguinte os únicos culpados são aqueles que são políticos partidários para defesa dos seus próprios interesses.
Sejam felizes.