Tal como havia prometido, o presidente da câmara Municipal de Olhão, deslocou-se a Lisboa para negociar com a Infraestruturas de Portugal a reabertura da passagem de nível, o que conseguiu e lhe permitiu embandeirar em arco, apresentando tal reabertura como uma vitória. Mas será que foi?
O presidente teve dois anos para resolver o problema e nada fez durante esse tempo, conseguindo apenas ganhar tempo. Mas ganhar tempo para quê?
Isto já faz lembrar as providências cautelares das ilhas. para ganhar tempo e ficar tudo na mesma. E ele também esteve nessa, pelo que se vai tornando um hábito, ganhar tempo para ficar tudo na mesma.
Se o presidente queria resolver o problema a contento do Povo de Olhão, bem podia ter encabeçado uma petição para alteração da Lei que está na origem do encerramento da passagem de nível, avançando mesmo com uma proposta de resolução, não só desta como de todas as outras que há por esse País fora. E argumentos não lhe faltariam!
A verdade é que as passagens de nível mistas de peões e viaturas tal como estão, são bem mais perigosas que as exclusivas para uso pedonal. E são porque apesar de restringir a sua utilização, não o impedem, permitindo mesmo que as viaturas façam um S e passar, como as peões basta-lhes desviarem-se um pouco para passarem.
É evidente que há riscos, e neste caso, são exclusivamente da responsabilidade de quem não acata as restrições. Mas quando se fala de segurança, esse risco deve ser tanto quanto possível eliminado fechando por completo as ditas passagens de nível, impedindo a sua utilização por viaturas e peões.
O mesmo esquema podia ser utilizado nas passagens para uso pedonal, com cancelas de correr accionadas por um sensor que ligasse um semáforo luminoso e sonoro e ainda uma cancela de correr.
Assim e no caso de Olhão, até porque se aproxima a electrificação da linha, tais sensores podiam ser os mesmos que encerram as passagens de nível dos Pinheiros de Marim e da Rua Almirante Reis.
Ora, o nosso inteligente presidente não só não foi capaz de apresentar nenhuma alternativa como não foi capaz de propor uma alteração à Lei, que o permitisse, fazendo uso da sua proximidade com o responsável governativo pela área dos transportes.
Não nos parece haver pois qualquer vitória deste aprendiz de presidente, mas sim de uma derrota em toda a linha, apenas suavizada pelo facto de a passagem de nível se manter aberta por mais algum tempo, mas que depois obrigará as pessoas a terem de utilizar o túnel, sabendo-se antecipadamente que em dias de cheia, o não vão poder fazer.
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