Alguns puritanos leitores parecem muito preocupados com a linguagem utilizada nos nossos textos, mas são eles os primeiros a usa-los em privado, mal se percebendo a indignação. Têm uma boa solução, deixar de nos visitar porque vamos manter o nosso estilo.
A Ria Formosa ainda é a principal fonte de rendimento da população de Olhão, mas continua a ser maltratada pelos criminosos políticos tão merdosos como a merda que sai da ETARs ou dos esgotos directos em Faro, Olhão e Tavira.
Há anos que se trava uma luta pelo fim da poluição da Ria Formosa, e muito tempo ainda vai levar até que esta peçonha política resolva seja obrigada a resolver a situação. Foi fruto da contestação à poluição que a Comissão de Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR) encomendou uma monitorização das aguas da Ria Formosa ao CIMA da UALG, como já varias vezes referimos e que concluiu como a imagem seguinte descreve:
Como se vê alguns parâmetros são cerca de 100 vezes superiores nas zonas influenciadas pelas ETARS, as quais se encontram parcialmente eutróficas. Claro que isso não incomodou ou nossos políticos porque se diz que se restringe a uma área de 400 metros. Só que...
O Relatório Cientifico e Técnico do IPIMAR de 2006 vem desdizer o que o CIMA afirmava, conforme a imagem seguinte documenta:
Como se pode verificar, e sem deixar de fazer referência ao responsável pela monitorização efectuada pelo CIMA, no ultimo paragrafo, permite concluir que a poluição microbiológica pode atingir os 2.000 metros. E isso faz uma grande diferença!
Em 2008 foi apresentada uma queixa junto da CEE que acabou arquivada porque o governo anterior encomendou um estudo que ajudasse a branquear a situação junto daquela instituição. Isto em 2013. Mas vejamos como foi elaborado aquele estudo e os seus resultados.
Como podem ver, a enormidade de fosforo e de azoto que aceleram o crescimento de algas e conduzem à eutrofização da Ria, mas fazendo crer que o problema tem particular incidência no uso daqueles fertilizantes na agricultura e não das ETARs e dos esgotos directos. Como chegaram a estes resultados? Ver a imagem seguinte:
O Programa CORINE landcover 2006 elaborou a cartografia do País em função dos usos dos solos, atribuindo uma classificação de acordo com as características desses solos, que não quanto ao seu uso real. Já o INRB fixava os parâmetros dos fertilizantes a utilizar para cada cultura,
Convém esclarecer que os agricultores não iriam gastar dinheiro em fertilizantes se o sistema radicular das suas produções não absorvessem na integra os fertilizantes recomendados, Ou seja, aplicar fertilizantes que as plantas não iriam absorver, era o mesmo que jogar dinheiro fora. É bom não esquecê-lo.
Da conjugação desse modelo matemático, basta multiplicar a área para cada cultura e multiplicar pela quantidade de fertilizante a utilizar para cada tipo de produção, para se chegar aos números constantes na imagem. Só que...
Para quem reside no Sotavento algarvio, e sabe que o fim do Matadouro Regional, em 2009, determinou fim da produção animal, acabando com as suiniculturas, vacarias ou pastoreio, pelo que os coliformes fecais presentes na Ria Formosa, são única e exclusivamente de natureza humana, despejados pelas ETARs e esgotos directos.
Mas também sabemos que algumas produções desapareceram e a maioria dos terrenos estão abandonados, sem qualquer utilização, que conjugado com a absorção radicular, jamais seria justificável atribuir a presença dos nutrientes na Ria Formosa com a produção agrícola, a não ser por acção de branqueamento dos crimes de merda.
Entretanto surge uma alga infestante, já identificada e dita existente na Ria há cinquenta anos mas de que ninguém tem memória, que na presença do fosforo se desenvolve rapidamente, eutrofizando ainda mais a Ria Formosa.
Até quando o Povo de Olhão vai permitir a continuação destes crimes de merda?
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