segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

OLHÃO RICO / OLHÃO POBRE

Como é do conhecimento geral, a aposta do presidente da Câmara Municipal de Olhão passa única e exclusivamente pelo desenvolvimento da Avenida 5 de Outubro, centrando ali todos os investimentos públicos, fazendo da zona a sul do caminho de ferro o Olhão rico.
Por outro lado, as políticas de habitação da autarquia passam pela criação de guetos na periferia da cidade, transformando o lado norte do caminho de ferro, na zona pobre de Olhão.
Pelo meio criou-se uma fronteira a dividir o território, a passagem de nível que separa as zonas ricas da pobre.
Talvez por isso não tenha tão impacto assim o encerramento da passagem de nível até porque já passaram as eleições. Não podemos no entanto esquecer que o chico esperto em presidente da câmara, ainda estava em exercício o defunto governo de Passos Coelho de má memória, quando o cretino desancou no presidente da então REFER por este mandar encerrar a dita passagem de nível, depois de durante mais de quatro anos ter tentado, em vão chegar a um entendimento com a autarquia.
Mas isso era no tempo do Passos Coelho. Agora temos o Costa, que na passada sexta-feira veio anunciar a electrificação da linha férrea até V.R.S. António, com inicio programado das obras já para este ano.
A electrificação da linha vem pôr em causa o esquema de segurança avançado na altura pelo presidente da autarquia que levou todo este tempo a pagar a um serviço de segurança para abrir  e fechar cancelas consoante o tráfego ferroviário, quando podia e devia ter avançado para um esquema, talvez com menores custos, da instalação de sensores que ligados a cancelas de correr, abriram e as fechavam à aproximação dos comboios.
Pina não fez nada disso, nem avançou com as obras do passadiço que permitiam corrigir o desnivelamento do túnel. E mesmo que as tivesse feito, todos que conhece o lugar, sabem que basta cair um pouco mais de chuva e o túnel enche para níveis superiores ao dito passadiço que não se sabe se alguma vez será construído.
Entretanto, idosos, grávidas, acompanhantes de crianças e outras pessoas de mobilidade reduzida, são obrigadas a vencer o desnivelamento do túnel, graças à birra do presidente da Câmara.
Passadas as eleições, período em que procurou imitar o professor Martelo, distribuindo beijos e abraços por tudo e todos numa onda inusitada de transmissão de afetos que acabaram com a sua eleição.
Temos assim um Povo que tem a governação que merece, já que quer acreditar na boa fé de actores políticos, em vez de lutarem pelos seus direitos. O Poder político só dá alguma coisa quando a isso é forçado pela força e justeza das lutas do Povo.
Acordem que se faz tarde!

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