domingo, 19 de julho de 2020

CACELA VELHA: A DESTRUIÇÃO EM MARCHA!



Há pessoas que não conhecem limites, pensando que com dinheiro fazem aquilo que querem, sem que alguém lhes imponha regras de vivência em sociedade.
Já se passaram dois anos sobre o abate de alfarrobeiras e oliveiras centenárias na propriedade de um cidadão francês, que pelos vistos, pensa que o nosso País é uma republica das bananas. Claro que foi obrigado a repor um parte das arvores mas não sofreu qualquer outra penalização por isso. Se fosse um cidadão português, outro galo cantaria!
Desta vez resolveu abrir caminho até à dita praia de Cacela Velha, arrancando pitas e piornos sem ter em conta a vida existente naquele mato. Isto levanta outras questões que devem ser aclaradas e perceber o que valem as nossas instituições.
Cacela Velha tem como praia, a Praia da Fabrica que até tem um apoio de praia. No núcleo da Igreja o que resta de uma praia é o que vem documentado na imagem acima. É aquilo uma praia?
A Câmara Municipal de Vila Real de Sº António diz que sim. Mas será mesmo? A corrente que se faz sentir naquele local e a profundidade do regate torna a frequência daquele sitio perigoso.
Claro que para a CMVRSA, mais interessada em promover o turismo do que na segurança das pessoas, não é preocupação de maior a protecção do espaço. É que não podemos esquecer que toda aquela zona está sob a alçada do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa e que o PDM deveria absorver na forma simplificada, pelo que a movimentação de terras, a alteração ao uso do solo deveria merecer da parte da autarquia uma maior fiscalização.
O abate de arvores centenárias e protegidas por legislação própria e agora a desmatação vêm mostrar os reais objectivos do cidadão francês proprietário do terreno, que é o de dar uso turístico à propriedade, passando por cima da legislação.
Mas o ICNF também tem culpas no cartório, já que na primeira ocasião se decidiu pela reposição do arvoredo mas não aplicou nenhum sanção, pelo que o dito francês se sente impune e faz o que lhe dá na real gana. O ICNF não agiu, apenas reagiu e porque foi pressionado, caso contrario deixaria passar mais este crime ambiental.
Mais, o caminho aberto à força das maquinas pesadas, passa não muito longe do campo arqueológico, o que deveria constituir mais uma razão para proteger toda aquela zona, porque para o francês, os achados arqueológicos podem ser uma chatice, impedindo-o de destruir toda a zona.
Cacela Velha é o que resta do Algarve natural, e por isso mesmo é de manter as suas características arquitectonicas, naturais, e ambientais, mas está em marcha a sua destruição, que é preciso travar!

3 comentários:

Anónimo disse...

Configura crime. Só a denúncia às entidades do mais alto nível da UE poderá inverter o estado a que este Estado chegou.

Unknown disse...

Abater árvores centenárias, dar cabo das dunas?
Que outro nome podemos dar senão Crime!

Anónimo disse...

Interessante seria saber a quem foi concedida a exploração dessa praia de Cacela Velha. Haverá, por mero acaso, alguma relação familiar com os autarcas actuais ou ex-autarcas, com a marca PSD. Coincidências até com os antigos os ex-ambientalistas militantes dessa causa, conhecida por ecologia. Política e interesses privados.