Há pessoas que não conhecem limites, pensando que com dinheiro fazem aquilo que querem, sem que alguém lhes imponha regras de vivência em sociedade.
Já se passaram dois anos sobre o abate de alfarrobeiras e oliveiras centenárias na propriedade de um cidadão francês, que pelos vistos, pensa que o nosso País é uma republica das bananas. Claro que foi obrigado a repor um parte das arvores mas não sofreu qualquer outra penalização por isso. Se fosse um cidadão português, outro galo cantaria!
Desta vez resolveu abrir caminho até à dita praia de Cacela Velha, arrancando pitas e piornos sem ter em conta a vida existente naquele mato. Isto levanta outras questões que devem ser aclaradas e perceber o que valem as nossas instituições.
Cacela Velha tem como praia, a Praia da Fabrica que até tem um apoio de praia. No núcleo da Igreja o que resta de uma praia é o que vem documentado na imagem acima. É aquilo uma praia?
A Câmara Municipal de Vila Real de Sº António diz que sim. Mas será mesmo? A corrente que se faz sentir naquele local e a profundidade do regate torna a frequência daquele sitio perigoso.
Claro que para a CMVRSA, mais interessada em promover o turismo do que na segurança das pessoas, não é preocupação de maior a protecção do espaço. É que não podemos esquecer que toda aquela zona está sob a alçada do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa e que o PDM deveria absorver na forma simplificada, pelo que a movimentação de terras, a alteração ao uso do solo deveria merecer da parte da autarquia uma maior fiscalização.
O abate de arvores centenárias e protegidas por legislação própria e agora a desmatação vêm mostrar os reais objectivos do cidadão francês proprietário do terreno, que é o de dar uso turístico à propriedade, passando por cima da legislação.
Mas o ICNF também tem culpas no cartório, já que na primeira ocasião se decidiu pela reposição do arvoredo mas não aplicou nenhum sanção, pelo que o dito francês se sente impune e faz o que lhe dá na real gana. O ICNF não agiu, apenas reagiu e porque foi pressionado, caso contrario deixaria passar mais este crime ambiental.
Mais, o caminho aberto à força das maquinas pesadas, passa não muito longe do campo arqueológico, o que deveria constituir mais uma razão para proteger toda aquela zona, porque para o francês, os achados arqueológicos podem ser uma chatice, impedindo-o de destruir toda a zona.
Cacela Velha é o que resta do Algarve natural, e por isso mesmo é de manter as suas características arquitectonicas, naturais, e ambientais, mas está em marcha a sua destruição, que é preciso travar!
3 comentários:
Configura crime. Só a denúncia às entidades do mais alto nível da UE poderá inverter o estado a que este Estado chegou.
Abater árvores centenárias, dar cabo das dunas?
Que outro nome podemos dar senão Crime!
Interessante seria saber a quem foi concedida a exploração dessa praia de Cacela Velha. Haverá, por mero acaso, alguma relação familiar com os autarcas actuais ou ex-autarcas, com a marca PSD. Coincidências até com os antigos os ex-ambientalistas militantes dessa causa, conhecida por ecologia. Política e interesses privados.
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