Nas reuniões que António Pina, acompanhado pelo arquitecto Sidónio Pardal, mantiveram na passada quinta feira, com os representantes dos partidos com assento na Câmara Municipal, e no âmbito do processo de revisão do PDM, foram abordados vários aspectos, alguns deles embrulhados em celofane para ser mais fácil de digerir, mas que dão uma imagem distorcida da realidade, visando a satisfação dos habituais interesses clientelares.
Quando se diz que a área urbana do concelho apenas representa 3% da área total do concelho e se pede ou propõe o seu alargamento para 4%, ficamos com a sensação de áreas irrisórias, mas não é. Na verdade o que se pretende é aumentar a área urbana em trinta e três por cento, um aumento substancial, quando se sabe que cerca de quinze dos tais três por cento ainda estão por edificar.
Por outro lado, um terço do edificado é de segunda habitação, o que significa que a edificabilidade não visa a satisfação das necessidades da população olhanense mas e tão só a oportunidade de negócios para os amigos.
Já todos percebemos, que é no sector imobliario e na satisfação clientelar que existem os maiores indícios de corrupção a nível autárquico.
Obviamente que para que a área urbana cresça, é necessário ir roubar área às Reserva Agrícola e ou Ecológica, nada que incomode a canalha que gere os destinos da autarquia, com o Pina a querer proceder ao aterro de parte da zona húmida, o sapal que sempre existiu mas que as negociatas escuras permitiram construir, argumentando que os mosquitos são incomodativos. E não o enchem de picadelas!
Dizer que há aglomerados urbanos em terrenos da Reserva Agrícola, omitindo que a maior parte deles foi construido em violação dos planos de gestão territorial ou dos diversos regimes jurídicos, é uma tentativa de branquear e legalizar aquilo que de outra forma poderia ser mandado demolir, a exemplo do que escrevíamos ontem.
Esquecem os nossos gloriosos ou trapalhões autarcas que um dos grandes problemas do nosso País, é a falta de um sector produtivo forte, robusto e moderno, nomeadamente na agricultura. A destruição ou substituição de terrenos agrícolas por terrenos urbanos, é a continuação de políticas de destruição de um sector essencial ao desenvolvimento económico e social., mas para esta cambada, tudo se resume ao betão e alcatrão.
Com esta visão, o futuro do concelho é cada vez mais negro.
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