A temática da mobilidade ganhou algum animo com o encerramento da passagem de nível das Avenidas, qual fronteira entre Olhão Norte e Olhão Sul.
António Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão sabe bem da utilização daquela passagem e por isso se apressou a passar a bola para terceiros. O problema da passagem de nível, decorre da aplicação da Lei, obsoleta, e que já deveria ter sido alterada, por não assegurar as tão propaladas condições de segurança de quem as utiliza. Claro que o Pina não fez nada nesse sentido porque o actual governo é da sua cor política, quando não e já teria proposto a revisão da mesma.
O problema da mobilidade não se resume apenas à passagem de nível, já que existem demasiadas barreiras arquitectónicas para pessoas com mobilidade reduzida.
Ainda o Leal era presidente e testemunhámos presencialmente um morador na Rua Capitão Nobre a pedir que lhe fosse colocado um símbolo em frente da porta de sua casa, porque o passeio era muito estreito e a esposa que andava de cadeira de rodas não podia sair de casa quando estacionavam em frente da porta. A senhora acabou por falecer e a pintura nunca surgiu.
No entanto na Rua 1º de Maio, há um morador, também ele com alguma dificuldade de locomoção, que tem dois lugares de estacionamento para seu uso pessoal. Nesta rua, numa encomenda do ex-vereador Eduardo Cruz, foi permitido estacionar em cima do passeio, sem que nele tivesse sido delimitada o estacionamento, o que por vezes origina o estacionamento mais chegado à parede, dificultando a passagem aos peões. A largura da rua permite cortar vinte centímetros em cada lado e se essa intervenção tivesse sido feita, o morador em causa, ficaria com o seu lugar reservado mesmo à porta de casa. Como nada disso foi feito, ocupa então dois lugares. Os serviços camarários autorizaram, é certo, mas tudo indica ter havido ali uma espécie de "cunha", até porque noutras situações, os serviços camarários não têm a mesma disponibilidade para resolver idêntico tipo de situações.
E se restassem duvidas de que temos um presidente pouco, muito pouco preocupado com a mobilidade dos seus munícipes, lembramos que o Salão Nobre da Câmara, onde se realizam as sessões de câmara publicas, se situa no primeiro andar, o que é um impedimento ou condicionamento para a participação das pessoas naquelas sessões. É óbvio que o moço pequeno em presidente dirá que manda um ou mais funcionários ajudar quem precisar, omitindo que todos os estabelecimentos públicos devem estar dotados de rampas ou sistemas que permitam às pessoas a sua mobilidade sem estarem sujeitas aos favores desta cambada, uma certa forma de condicionamento.
Na Rua das Lavadeiras, morava um senhora entretanto falecida, cuja incapacidade física a atirou para uma cadeira de rodas, pelo que a família requereu à câmara lhe fosse concedido um lugar frente à porta que lhe permitisse entrar e sair de casa.
Mas o processo de decisão foi tão lento, que demorou meses até que foi pintado o símbolo, hoje, numa altura em que já não cumpre a função para que foi pedido.
Não estão em causa os funcionários que foram fazer a pintura, mas quem tem o Poder de decisão de mandar pintar. Ou será necessário ter uma "cunha" para que os processos se desenvolvam com a rapidez que a situação exige?
Uma vergonha é o que isto é, levar tanto tempo até que a pessoa faleça para depois tomar uma decisão.
TENHAM VERGONHA!