Já chamámos a atenção para o facto "da cura" gestionária que vem sendo imposta aos operadores dos Mercados de Olhão, poder ser pior do que a "doença".
Segundo nos informaram, a administração a Mercados vem agora exigir a apresentação de seguros do pessoal, contra incêndios e terceiros, onerando assim o funcionamento das toldas, sejam de verdura ou de peixe.
Se é compreensível o seguro do pessoal o mesmo não acontece com os restantes porque a única coisa que pode arder são as balanças; já no seguro para terceiros, lembramos que os acidentes podem ocorrer nos corredores que são espaços públicos, pelos quais cabe à empresa responder por eles.
E é assim que cêntimo a cêntimo se vão agravando a situação dos operadores até não poderem mais suportar os custos que a "cura" vem impondo.
As imposições aos operadores, a repressão que sobre eles se faz sentir pelas mais variadas formas, com recurso a tentativa ou mesmo acções judiciais, são medidas que a médio prazo poderão determinar o fim por abandono das actividades no interior dos Mercados.
Em contraste, a Mercados, que é uma empresa municipal, admite uma legião de funcionários que vai onerar o orçamento da mesma.
O sector publico rege-se, ou deveria reger-se, por princípios de transparência e de igualdade no acesso aos postos de trabalho por qualquer cidadão, independente da filiação partidária, religião ou outra ordem. Para tal, os mapas de pessoal deveriam ser publicados nos sites das empresas e no caso de haver lugares vagos, deveriam ser abertas inscrições para admissão de pessoal, sendo que o processo mais transparente, e ainda assim muito duvidoso, é o do concurso. Admitir pessoal sem dar a conhecer a existência de vacatura de lugares, impede a possibilidade de candidatura ao universo dos cidadãos, e premeia os amigos, os portadores de cartão partidário. Assim se beneficiam uns e nega-se o acesso a lugares que são do domínio publico. Isto é um acto inadmissível em democracia, mas próprio do regime ditatorial imposto pelos autarcas no Poder desde o 25 de Abril.
Não bastam as grandes superfícies, autênticos eucaliptais da distribuição alimentar, senão a ditadura da entidade gestora que resolve alterar as regras a meio do jogo. Com todas estas medidas, os Mercados, vão pé ante pé, caminhando para a rua da amargura.
Não se admirem depois se qualquer dia encontrarmos os Mercados fechados por falta de operadores.
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