Há grandes quadros políticos interessados nas zonas de produção de bivalves de Olhão, e pelos vistos todos meios são validos para obter uma parcela de terreno, à custa do empobrecimento dos resistentes produtores de ameijoa.
A concertação de ameaças que pairam sobre os produtores indiciam estarmos perante um ataque de grande envergadura como de seguida procuraremos demonstrar.
Na passada quinta-feira, com publicação no Diário da Republica, foi revista a classificação das zonas de produção que mais não passa de um serie ataque a quem trabalha e vive da Ria.
Variados são os comentários que nos merece esta pretensa classificação. Desde logo porque a zona litoral Faro/Olhão, L8, está classificada como sendo de classe B para todas as espécies, ou seja todos bivalves ali capturados têm de ser submetidos a depuração. Ora é do conhecimento geral que quanto maior for a distância em relação aos pontos de descarga dos contaminantes menor possibilidades existem de os bivalves estarem contaminados.
No DR pode constatar-se que a Zona Olhão 1, no interior da Ria, está classificada como classe C excepto para as ostras que essas são de classe A. Se as aguas do litoral estão classificadas como B. se todas as espécies de bivalves do litoral, incluindo as ostras, estão em classe B como podem as ostras de Olhão 1 terem a classificação de A. Só para quem não quer ver!
Olhão 3 continua com classe C, ,mas mesmo aí constatamos haver erros, apesar de ser a zona mais afectada pela ETAR. Vejam o extracto do quadro analítico relativo a Julho de 2017 e expliquem lá os pormenores para ver se percebemos.
Conforme sublinhado nosso, no dia 10/07/2017, foram efectuadas duas analises às ameijoas sendo que uma apresenta 130 unidades e a outra 17.000 por cada cem gramas de carne de bivalves. Grande contradição e inibimos-nos de tecer comentários mais gravosos, deixando ao cuidado dos nossos leitores tentarem perceber o que realmente se passa. Não deixamos no entanto de perguntar que credibilidade merecem estas analises?
Por outro lado verificando o histórico de interdições na zona Olhão 1, tanto para a ameijoa como para a ostra, entendemos haver nova contradição, expressa nas imagens a seguir.
.Como se pode ver, durante o ano de 2017, a ameijoa não teve um único dia de interdição enquanto a ostra esteve interdita durante um mês. É certo que as interdições são decretadas por contaminação por fitoplâncton nocivo e não pela contaminação microbiológica. Aliás, estando a zona Olhão 1 classificada como classe C, durante o ano 2017, mal se percebe como foi interdita, porque já estava interdita a captura de todas as espécies por força da classificação.
O que significa isto? Que foi permitida a captura de ostras apesar de estarem classificadas como sendo de classe C? Mas os bivalves de classe C só podem ser capturados e transportados para uma zona de transposição, que o IPMA não criou, na presença de um técnico daquela entidade.
Temos ainda que na zona Olhão 5, Culatra, está interdirá a apanha de toda a espécie de bivalves, excepto ostras e ameijoa-boa, estando interdita a captura de berbigão, ameijoa de cão ou lingueirão.
Significa isto que os mariscadores, aqueles que apanham bivalves em terrenos baldios estão impedidos de trabalhar, sem receber qualquer contrapartida por parte de quem toma este tipo de decisões.
As áreas somadas de Olhao1 e Olhão 3, representam metade do total das zonas de produção de Olhão, e estando estas desclassificadas em classe C há já cinco anos, pergunta-se como têm sobrevivido os viveiristas?
Claro que o IPMA integra o aparelho de um Estado, que só não está fora da Lei porque são os seus titulares quem faz a Lei neste País, para delas se servirem em proveito próprio. Se assim não fosse, o IPMA denunciaria as fontes de contaminação das zonas de produção, mas prefere atribui-las a condições que já não existem como a produção animal.
Claro que por detrás disto se escondem elevados interesses, mas pelo adiantado do texto deixamos para outra parte.
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