Costuma o Povo dizer que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. E a verdade é que os atentados contra a Ria Formosa persistem, apesar dos diversos apelos e denuncias dos que vivem de e na Ria Formosa.
Sob a capa da Polis da Ria Formosa, o Ministério do Ambiente, vem procedendo a dragagens na Barra da Armona, para levar as areias para a Praia do Barril, isto mesmo depois da draga ter sofrido um acidente que a inutilizou. E a propósito, a draga vai ficar ali a servir de recife ou vai ser retirada? Quanto a isso, nem o Ministério nem a Policia Marítima se pronunciam.
De há anos a esta parte que vem sendo dito que a reias se movimentam tendencialmente no sentido Poente/Nascente. Ora a Praia do Barril fica a Nascente da Armona, mal se percebendo porque razão se retiram as areias daqui para as levar para ali.
A Barra de Tavira continua assoreada, criando dificuldades aos pescadores de Tavira, Cabanas e santa Luzia e ficando esta a Nascente do Barril, era com naturalidade que as areias dali extraídas fossem repulsadas no Barril: Mas não! E como se não bastasse, do lado Poente do molhe de Tavira a acumulação de areias é tal, que também ali se justificava uma intervenção.
Aquilo que deveria ser preocupação do Ministério do Ambiente, no caso da Armona, era mandar enterrar as sapatas e tubos de esgotos e aguas, depositados no leito da Barra e que apenas servem para
agravar o assoreamento da Barra.
A Barra da Armona tinha 3.500 metros de abertura e neste momento está reduzida a menos de quinhentos metros no preia-mar, dificultando a renovação das aguas da Ria, como se torna impeditivo a sua navegabilidade às traineiras e rapas para se fazerem ao mar de pesca. São, pelo menos, doze milhas a mais que os barcos têm que fazer, com os inerentes custos de gasóleo e tempo perdido.
Neste contexto, as preocupações do Ministério do Ambiente, vão no sentido de promover o uso balnear das ilhas barreira mas esquecer que nem só de turismo vivem as populações do litoral. O ano tem doze meses e o uso balnear, são de apenas três!
Pelo meio, fica a povoação da Fuzeta, cuja barra também está assoreada, alvo de muitas promessas e nada cumpridas, e mesmo assim quando forem fazer alguma intervenção, não será pela situação dos pescadores mas sim do uso balnear.
O problema não está na dragagem da Barra da Armona, ainda que apenas isso seja insuficiente se não for acompanhado do enterramento das sapatas e dos tubos, mas na utilização dada às areias que deviam ser repulsadas na Ilha da Culatra.
Que a Polis e o Ministro tenham cometido o erro, até se dá de barato, mas persistir no erro é de burros! Não admira que o País esteja na situação em que está, quando é governado por um bando de burros!
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