sábado, 8 de abril de 2017

OLHÃO: PINA CONTRA A PROTECÇÃO DO PATRIMÓNIO!

Num comunicado enviado à Agência Lusa, e que pode ser lido em http://www.avozdoalgarve.pt/detalhe.php?id=23809 , António Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, teceu algumas considerações sobre o que pensa da protecção do património.
No caso de Olhão, e à semelhança do que acontece em muitos outros pontos do País, o pároco local deu inicio a uma intervenção na sua igreja, edifício classificado desde 2013.
Foto retirada do Sul Informação online

Talvez por ignorância, o ainda presidente da câmara, parece não perceber que para a classificação de um edifício torna-se necessário um conjunto de procedimentos administrativos, um dos quais passa pela anuição do proprietário à sua classificação, podendo deduzir oposição se não tiver interesse nela.
Por outro lado, quanto ao financiamento deste tipo de intervenções, o Pina mais uma vez cai na tentação de apontar o dedo ao governo, neste caso do seu partido. Acha o Pina que o Estado tinha a obrigação de financiar a igreja para proceder a obras de manutenção que só são feitas de X em X anos..
Mas a igreja já tem um forte apoio do Estado, isentando-a do pagamento do IMI sobre o seu património, que em Olhão não é assim tão pouco. Ora se a igreja estivesse obrigada a pagar IMI como qualquer outro cidadão durante o período de tempo que medeiam as obras de manutenção, certamente que aquele valor daria para cobrir as despesas.
É preciso não esquecer que a intervenção se resumia à limpeza das pedras e "pintura", enquanto no acaso em apreço foi utilizado o jacto de agua, que actua mais profundamente, arrancando pedaços do reboque e originando infiltrações de humidade.
Por outro lado, existe alguma incompatibilidade entre os materiais utilizados e os de origem. No passado estas construções eram feitas com recurso a uma mistura de cal e areia enquanto no presente se utiliza o cimento, mais forte que a mistura de origem originando diferentes reacções entre elas.
Na "pintura" destes edifico era utilizada a cal, mais absorvente das humidades, e mais saudável para as paredes permitindo a sua respiração.
É evidente que quem ganhou a obra apresentou um orçamento, que foi aceite, no qual eram discriminados os materiais que iria utilizar, não lhe sendo imputável qualquer responsabilidade, que essa é única e exclusiva de quem mandou fazer a obra, e que tinha por obrigação saber que o edifício fora classificado
Quando o Pina se vem pronunciar nos termos em que o faz, questiona-se o que pretende ele fazer com a candidatura da Ria Formosa a património da UNESCO, ou seja a sua classificação como monumento, sabendo de antemão que caberá às câmaras da respectiva área criar as condições para a manutenção desse património, algo incompatível com os esgotos directos.
Resultado de imagem para esgotos do T em Olhão
E porque se fala de património, também não podemos esquecer que o Pina pretendia demolir um edifico, pertença da autarquia, do século XVIII para no seu lugar fazer uma torre-mirante ou para o estado de degradação que afecta a Vivenda Victoria, também ela pertença da câmara, e quase irrecuperável. Ou seja, o Pina tem pavor de tudo quanto diga respeito à peservação e protecção do património.
Com um presidente assim, Olhão tenderá a degradar-se continua e deliberadamente na senda da substituição das suas características arquitectónicas para dar lugar ao betão e encher os bolsos dos patos bravos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem pode o galinheiro descansar com a protecção da raposa.

Anónimo disse...

Património de quem???Não enganem as pessoas digam a verdade