Depois da presença do Ministro da Defesa e do chefe da Marinha ter vindo anunciar o regresso das suas actividades ao núcleo dos Hangares, e perante alguma contestação, veio agora um representante daquela força militar desmentir a realização de fogo real e ou inactivação de engenhos, como se o que propõem fazer tivesse menos impacto para os moradores dos núcleos do Farol e Hangares, como se pode ver em http://www.sulinformacao.pt/2017/09/marinha-garante-que-nao-fara-rebentamentos-nem-treinos-com-tiro-nos-hangares/.
É evidente que não havendo rebentamentos nem fogo, não haverá risco para pessoas e bens, mas atenção que a proposta é bem mais grave, para o futuro dos moradores daqueles núcleos, do que aquilo que se possa imaginar.
Se atentarmos nas declarações mais recentes do representante da Marinha, podemos constatar que a equipa de fuzileiros especiais servirá também de apoio à Policia Marítima, para algumas actividades, algumas delas não especificadas.
A Marinha, como força militar, faz parte do conjunto de forças de Defesa e a isso se deviam dedicar. O apoio à Policia Marítima, uma força de segurança, não é mais do que pôr militares a fazer trabalhos de uma força cívica ainda que militarizada, extravasando as suas funções. Pensem no que seria termos os militares a policiar as ruas das nossas cidades, algo que só aconteceria em condições excepcionais.
Os serviços prisionais têm junto ao presidio de Pinheiro da Cruz uma extensa zona de areal concessionada onde os fuzileiros podiam treinar os desembarques e as lanchas rápidas e onde podiam criar instalações próprias, sem pôr em causa os moradores da zona.
Então que raio vêm fazer os fuzileiros para os Hangares? Entre outras coisas, utilizar drones!
Depois da instalação de câmaras de vídeo-vigilância no Farol, agora vêm os drones para melhor espiolhar a vida dos moradores dos núcleos das ilhas barreira, e assim ter o controlo total sobre eles. As imagens captadas pelos drones, tal como as câmaras de vídeo-vigilância, instaladas ilegalmente, vão permitir verificar quem de facto vive em regime de permanência em cima das ilhas, e é isso que se prepara ao transformar a Ilha da Culatra num imenso Big Brother.
Não será demais lembrar dois episódios relacionados com as câmaras de vídeo instaladas no Farol que serviram para chatear um morador de fazer um buraco na areia para guardar os seus apetrechos de pesca, mas que quando pedido o acesso às imagens por alguém a quem havia sido roubada a carteira foi respondido que não podia ser porque as imagens eram para estudo. Estudo do quê?
O estudo não é nem mais nem menos que o controlo sobre os moradores, o que lhes vais permitir dizer quem serão os próximos candidatos às demolições.
As demolições das casas serão sempre motivo de contestação, sendo necessária a intervenção da Policia Marítima que através deste reforço, conta com uma força musculada para cortar qualquer foco de resistência que possa surgir.
Sendo assim, é triste vermos moradores das ilhas aplaudir a iniciativa da Marinha de Guerra, quando deviam estar a lutar contra as demolições. Esperem por Novembro e verão o que vai surgir!
CONTRA AS DEMOLIÇÕES, SEMPRE!
2 comentários:
-o barco do hotel,ao contrario dos outros, sem impedimentos começou a atracar na ponte;
-as casa dos hangares iam ser demolidas:
-a area para o desenvolvimento dos interesses do hotel ficariam livres:
-não deviam estragar os planos no nosso amigo Leal.
-agora descubram o resto pois a Marinha não se deixou enganar como todos nós em Olhão.
Há muito que a MAFIA tem tentado abocanhar o naco apetitoso. A M.G.R.P muito bem, porque já tardava, está a dar um sinal inequívoco: isto é nosso. Não se está a ver, não faz sentido os militares desejarem um confronto com um processo do qual foram parte cúmplice. É de acreditar que a M.G.R.P vai desenvolver actividades compatíveis com um parque natural e quiçá outras de lazer ( um núcleo de messe?). Nada contra a M.G.R.P, tudo contra um POOC e a sua renaturalização, sem "jeiteira", mafiosa, pulhitica.
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