Ao longo dos anos tem sido prosseguida uma politica quase que em exclusividade no sector turistico, condenando quase todas as outras actividades e população a bolsas de miséria. Mas nem por isso estamos contra o turismo mas entendemos que os dinheiros publicos devem diversificar mais e melhor actividades como a pesca, a agricultura, a extracção mineira e a industria, sectores que geram mais empregabilidade e menos sazonais.
Para que se perceba melhor as implicações da politica de exclusividade turistica vamos fornecer alguns numeros que podem ser confirmados em https://www.portalmunicipal.gov.pt/municipio?locale=pt .
Castro Marim - 15,75% - 38,04%
Faro - 13,24% - 44,14%
Lagoa - 17,07% - 39,51%
Lagos - 15,75% - 38,04%
Loulé - 15,07% - 26,7%
Portimão - 17,23% - 66,04%
Vila Real - 19,86% - 52,09%
Para efeitos estatisticos, a população é dividida entre população activa e população não activa, em função da idade, já que como não activos se encontram os jovens até à idade de entrar no mercado de trabalho e também os pensionistas ou reformados, o que representa cerca de 40% da população total.
As percentagens expostas incidem sobre a população em idade activa, pelo que será necessário multiplicar as percentagens pelos 60% da população total.
Porque já escrevemos sobre a situação em Olhão, que vem apostando todas as cartas no turismo, escolhemos mais sete concelhos, também eles com forte aposta no turismo e que perfazem 50% da totalidade dos concelhos, mas que pela sua localização geográfica são mais apeteciveis para este tipo de apostas.
Vila de Sº António e Portimão são os dois exemplos mais negativos do que vem sendo a aposta politica embora Faro se aproxime muito deles. A situação no interior da região melhora, mas é no litoral que se concentra a maioria da população algarvia.
Sempre defendemos o principio de quem não trabalha não come mas ao mesmo tempo também dizemos que é preciso criar condições de trabalho e de vida apara que as pessoas tenham vergonha de estar sem trabalho. E quando se trabalha deve-se ser remunerado.
A classe politica não quer resolver este problema porque assim tem um exercito de pessoas que a qualquer momento podem ser chamadas a trabalhar por salários de miséria.
Nos concelhos de forte pendor turistico, esta reserva de mão de obra barata é a forma de maximizar o lucro, mantendo os trabalhadores na miséria, mesmo trabalhando.
Mostra também a falta de estofo empresarial da maioria dos nossos empregadores. Mas não só. porque também se percebe um desconhecimento generalizado a respeito do que é a gestão empresarial.
O lucro que é a riqueza crida pela conjugação do investimento e da força de trabalho é pessimamente repartido. Do lado do investidor ele recupera o investimento através do mecanismo das depreciações ou amortizações fiscais, como lhe queiram chamar, não porque recebam qualquer dinheiro mas porque o fazem reflectir no valor do produto acabado. Mas em regra e por falta de conhecimentos, o empresario limita-se a fixar o preço em função da concorrência sem ter em conta os reais custos de funcionamento e investimento.
Assim, quando as coisas correm menos bem e porque não há uma previsão, o mais prático é deixar o trabalhador sem salário ou pagar-lhe o menos possivel para manter o lucro, a riqueza criada, em alta de tal forma que quem a cria, o trabalhador, não pode consumir aquilo que produz.
Se não for alterado este paradigma, o Povo algarvio, na sua maioria está condenado à fome e miséria por força da aposta exclusiva no turismo.
TRABALHO COM SALÁRIO JUSTO! NÃO À ESCRAVATURA!
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