quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

OLHÃO: MAIS UMA PEDRADA NOS MERCADOS

 A pouco mais de nove meses das eleições autárquicas, o presidente da câmara e o seu séquito desdobram-se no anuncio de obras e mais obras, algumas muito duvidosas.
Depois da descaracterização da 5 de Outubro, com o alargar dos passeios para dar mais espaço às esplanadas e os peões a passarem de largo, segue-se a destruição dos jardins, do qual correram com o mercado de rua que ali se fazia sem ter arranjado uma alternativa a quem ali desenvolvia a sua actividade, como se os mercados de rua não fossem, em qualquer parte do mundo, uma fonte de atracção turistica. Mas não se ficam por aqui as intervenções ou invenções autárquicas que hão de acabar com a actividade tradicional dos Mercados.
Seguem-se agora, mais umas obras no lado sul dos Mercados, razão pela qual o, também ele tradicional, mercado de rua horto-fruticola vai ser suspenso, mal se sabendo se voltará a funcionar. Este Mercado, que ao longo dos anos trazia muita gente para apreciar a qualidade dos produtos ali vendidos e que era uma fonte de rendimento para os pequenos produtores, está em vias de acabar. Para já. é a suspensão.
Desconhece-se que obras vão ser feitas, que nesse aspecto a autarquia presidida por António Pina é muita avessa em dar a conhecer à população as reais vontades, acabar com os Mercados! Mas que vão ser feitas, vão!
Como é de esperar, o que irá sair dali, é mais uma requalificação ao serviço das esplanadas  e menos para as actividades tradicionais que lhe são caracteristicas. Aos poucos a venda de peixe e horto-fruticolas vai esmorecendo até chegar o momento em que já não vale a pena levantar de madrugada para satisfazer o pouco fornecimento aos utentes dos Mercados. Diminui a oferta, diminui a procura, repetindo-se vezes sem conta até à completa extinção!
Acho bem, cada Povo tem aquilo que merece. Apenas se preocupam com a sua própria barriga e desde que não lhes bata à porta, e que se fique pela porta do vizinho, está tudo certo! Mas um dia, vai mesmo bater-lhes à porta e aí já se esqueceram que levaram anos a bater palmas a um pequeno grupo de canalhas que não vê mais nada que é o turismo, condenando todas as actividades que puseram Olhão no mapa.
Ninguem está contra o turismo, mas a pandemia veio mostrar a necessidade da diversificação das actividades económicas, particularmente as de indole produtiva, como o são a pesca, a agricultura e a industria. Que o Pina venha a criar as condições para promover o turismo, tudo bem mas quando condiciona aquelas actividades ao desmantelamento, tudo mal!
Daqui a nove meses e meio votem nesse crápula, outra vez! 

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