sábado, 26 de dezembro de 2020

OLHÃO: NATAL DE MISÉRIA E FOME

 Os nossos autarcas, e particularmente o presidente da câmara, gostam muito de exibir as suas habilidades politicas, através das redes socias e da imprensa regional, socorrendo-se de especialistas de comunicação, de publicidade e marketing, transformando a dura realidade da população olhanense, dourando-a! Mas os numeros estão aí para os desmentir, como poderão ver a seguir.
A imagem acima foi retirada, hoje do Portal da Transparência Municipal, apresentada num site do governo de António Costa e revela-nos alguns indicadores muito interessantes e sobre os quais todos deveriam reflectir e perceber a triste realidade do concelho.
Porque na imagem não dá para visualizar convenientemente os numeros, fizemos um extracto do quadro exposto no lado direito e que apresentamos de seguida.

 Temos então uma população total de 45.216, a qual se divide entre população em idade activa e não activa: os primeiros integram desde os jovens à procura do primeiro emprego até aos que têm idade para se reformar e que representam cerca de 60% e os segundos, os jovens em idade escolar e os reformados ou pensionistas que representam cerca de 40%.
Por exclusão de partes, os não activos totalizam cerca de 18086 enquanto os que estão em condições de trabalhar representam cerca de 27130.
Do lado dos activos, temos uma taxa de desempregados de 17,27 e 33,91 de beneficiários do RSI da Segurança Social, perfazendo um total de 51,18 da população activa, ou seja cerca de 13885 pessoas sem trabalho, que juntando aos 18086, perfaz um total de 31971 pessoas sem produzir, pelo que restam cerca de 13245 pessoas no mercado inseridas no mercado de trabalho, cerca de 30% da população total.
De grupo que está efectivamente activo, a trabalhar, a maioria deles trabalham fora do concelho, nomeadamente no Hospital de Faro, na UALG, no aeroporto ou na administração publica e forças de segurança e ainda na prestação de serviços ou comercio.
Olhão passou a ser um dormitório e um mau dormitório quando no seu passado era um grande centro produtivo, com a pesca e a industria que lhe estava associada a terem um papel determinante, ocupando uma parte substantiva da população que hoje só terá direito a trabalho se se sujeitar a um salário de miséria. 
Até mesmo o indicador do salário médio apresentado na infogravura de 905,00 euros mensais, bem abaixo da média nacional, diz bem o que são os salários praticados no concelho.
Curioso é verificar que a renda de casa está nos 310,26 euros e as despesas com o ambiente em cerca de 22,50 euros. a que falta acrescentar as despesas com electricidade e gaz.
As perspectivas de desenvolvimento delineadas são uma fraude, destinando-se a promover o crescimento de algumas actividades sem que tal seja acompanhado do desejado desenvolvimento social.
A visão de que o turismo em Olhão vai resolver estes problemas é completamente errada, não só pela sua sazonalidade como pelos gastos dos recursos na sua promoção que deveriam ser canalizados para o desenvolvimento da população residente.
Muito alcatrão, muito betão, muito passeio, mas criação de riqueza muito pouca, valendo-nos ainda a Ria cada vez menos Formosa.
E ainda há quem defenda este tipo de desenvolvimento, os calhaus com olhos do costume! 

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