Há muito tempo que desconfiamos, e cada vez mais, das analises feitas aos bivalves e da classificação das zonas de produção, e as ultimas vêm mostrar-nos isso mesmo.
A zona Olhão 1 vai com uma serie de anos a ser classificada para a apanha da ameijoa boa como sendo de classe C, ou seja para ser comercialçizada teria de passar por uma zona de transposição de classe A que não existe, enquanto que para a ostra giga, uma espécie exótica e que não devia ser permitida, tem a classe A.
Mas agora também a zona Olhão 2, continua como sendo de classe B para a ameijoa boa mas passou a classe A para a ostra segundo se assinala no ultimo mapa da situação.
Diga-se que as classificações em A e muitas em B, vêm assinaladas como sendo fruto de um numero analises limitado, e bastante limitado dizemos nós.
Isto porque verificado o histórico das analises microbilogicas do IPMA, a ultima analise feita às ostras de Olhão 2 remontam ao inicio de Junho, o que pode ser confirmado em https://www.ipma.pt/pt/bivalves/micro/index.jsp .
Aos poucos vão arranjando maneira de os produtores de bivalves abandonarem a produção de ameijoa e voltarem-se para a ostra, até porque os bivalves classificados como A estão dispensados de irem à depuradora.
E se o controlo sobre o que vai ou deixa de ir à depuradora é quase nulo, com a possibilidade de não terem de se submeter a depuração, então está aberta a porta para a venda directa e a completa fuga às obrigações fiscais decorrentes, já que sem controlonão se sabe o que cada um produz ou melhor, vende.
Isto para não falar dos inqueritos à produção que apenas servem para "ajudar" os pequenos produtores a entregarem as suas concessões aos galifões das ostras.
Com este estratagemanão será de admirar que alguem, com mais poder, aproveite a oportunidade para comprar ao preço da uva mijona os viveiros localizados em Olhão 3, na qual está interdita a apanha de ameijoa, mas que estando a ostra elavada nas mesas, possa apresentar resultados analiticos que permitam obter a classificação minima de B.
A ocorrer tal situação, as entidades poluidoras (Estado) da Ria ficam isentas de investir um centimo nas fontes poluidoras, já que não haverá razões de queixa.
O grande candidato às concessões que possam surgir é precisamente o presidente de câmara recem reeleito.
Não há duvida que cada Povo tem a governação que merece!