sábado, 1 de novembro de 2014

OLHÃO: ILHAS BARREIRA E AS CASAS: QUAL O PROBLEMA?

Para alem da legalidade, uma das questões muitas vezes levantada em torno das casas nas ilhas barreira, são os possíveis impactos ambientais que elas possam ter. 
Os impactos provocados pelas casas são encarados de forma fundamentalista e mais falaciosa e desfasada da realidade, atribuindo-se às casas a culpa de tudo de mau que tem acontecido às praias das ilhas.
A verdade é, que na costa algarvia, as areias movimentam-se tendencialmente no sentido poente-nascente seja por acção eólica ou e muito especialmente pela acção hidrodinamica.
Aquilo que mais veio prejudicar a movimentação hidrodinamica das areias foram a construção dos molhes da barra de Faro/Olhão, depois os molhes da barra de Tavira, os molhes de Vilamoura e os esporões de Quarteira, São esses obstaculos que impedem a normal e natural realimentação das praias.
Na falta daquela realimentação, o cordão dunar vai perdendo altura e largura, ficando cada vez mais vulnerável aos galgamentos oceânicos e esta deveria ser a preocupação maior dos defensores das ilhas barreira, mas verificamos que outros valores, muitos deles, mesquinhos se sobrepõem. 
As povoações da margem terrestre da Ria Formosa estão a uma cota ligeiramente acima do nível das águas de marés equinociais e ameaçadas pelas cheias, caso não existissem as ilhas barreira. A conjugação do preia-mar de águas equinociais com vendaval, levaria a agua até ao caminho-de-ferro e a única coisa que o impede, são precisamente as ilhas barreira, o primeiro e grande obstáculo ao avanço das águas.
Sabedores disto, os crapulas na governação deste País, alteraram o discurso e passaram a dizer que já não era por razões de Dominialidade, nem pelas casas afundarem as ilhas, mas tão somente pelo facto de estarem em risco as pessoas e bens.
Mas até no novo discurso contradizem-se já que as casas que estão em zona de maior risco, são precisamente as que se situam no sector central da Praia de Faro.
Há três anos foi feita uma intervenção nas praias de Loulé, onde se gastaram seis milhões de euros e injectaram milhares de metros cúbicos de areias dragadas, para voltar tudo ao mesmo. Nessa altura alertámos para o erro que se estava cometendo
E para que não digam que apenas criticamos apresentámos soluções já testadas noutras paragens e suportadas até com estudos do Laboratório de Engenharia Civil, como o são a colocação de recifes artificiais multi-funcionais em mangas de geo-têxteis paralelamente à linha de costa e a uma distancia entre os duzentos e trezentos metros. Estes recifes têm como função alterar a energia das ondas de tal forma que as mesmas ondas que hoje roubam as areias às praias, se transformariam em benfeitoras alimentando naturalmente as praias, dando-lhes mais altura e largura.
Aquilo que leva a generalidade das pessoas a estarem contra o edificado encontra explicação na redução da mancha de areal das praias, atribuindo as culpas às casas quando na realidade, é a ausência de uma politica de defesa costeira.
Por outro lado, e a exemplo do que acontece em Cacela, a desertificação das ilhas barreira provocada pela renaturalização induzirá ainda a um maior abandono e degradação das ilhas. Basta que atentem em situações pouco frequentadas por pessoas e vejam como  estão.
Por tudo isso, somos CONTRA AS DEMOLIÇÕES DAS CASAS NAS ILHAS BARREIRA!
REVOLTEM-SE, PORRA!

5 comentários:

Anónimo disse...

Não fazem os recifes porque isso não lhes interessa, interessa sim demolir a todo o custo as edificações existentes para posteriormente entregar todo o espaço do cordão dunar a interesses turisticos e capitalistas internacionais, politicos e outros poderes da grande corrupção. Quando isso acontecer nem teremos o direito de disfrutar daqueles espaços nem das praias, eventualmente teremos de pagar para os poder utilizar ou possivelmente nem dessa forma, toda a população dos concelhos envolvidos, os habitantes das ilhas, os utilizadores das praias, os pescadores, todos devem se juntar e manifestar-se contra o que os politicos pretendem fazer no cordao dunar da ria formosa, mostrar um cartão vermelho ao governo e faze-lo recuar, recorrendo à justiça, nunca desisistindo até à ultima instância. Façam-se os estudos de impacto ambiental que houver a fazer, mas que sejam feitos por entidades crediveis e de reconhecida capacidade tecnica e isençao politica a nivel mundial.
O povo é a unica força que pode impedir que os politicos façam o que querem e lhes apetece, por isso não hesitem.

Anónimo disse...

Todos os portugueses tem o mesmo direito de ter uma casa nas ilhas,é demolir tudo só lá ficam os pescadores. tudo o resto é treta.

Anónimo disse...

Todos os portugueses tem o mesmo direito de ter uma casa nas ilhas,é demolir tudo só lá ficam os pescadores. tudo o resto é treta.

Anónimo disse...

Os pescadores também vão ser expulsos meu caro anónimo em 2/11-15:43

Armando Afonso disse...

Construiram esses mamarrachos em terrenos que não lhes pertencem. Melhor dito, pertencem a todos nós.
E mesmo que fossem inofensivos do ponto de vista ambiental, continuariam a estragar o meu espaço visual.
Fora.
Isto não é da Joana. Ou não devia ser.