Amanhã há Assembleia Municipal, a levar a efeito na Fuzeta, com uma extensa ordem de trabalhos com a qual se visa fazer aprovar pelo cansaço dos presentes, as manigâncias do presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Pina.
De entre outros, vão a discussão a alienação de dois lotes do loteamento do Porto de Recreio e a aprovação do Plano de Pormenor da Zona Histórica. Não sabemos quem foi o autor desta marcação parta a Fuzeta, mas os assuntos em causa, pelas suas implicações para a cidade e não tanto par o resto do concelho, aconselhariam a que fossem discutidos em Olhão.
Quanto à alienação dos lotes, sabemos que numa primeira tentativa, foram apresentados em sessão de câmara sem o preço base de licitação pelo que foi retirado da ordem de trabalhos, tendo sido apreciado numa outra. Também não deixa de ser sintomático o ter sido agendado sem a prévia aprovação em sessão camarária.
No entanto, um besouro deu-nos conta de que o preço base da alienação dos dois lotes se ficaria pelos quatro milhões de euros, o que carece ainda de confirmação.
Dado que os lotes destinados a habitação representam pouco mais de três mil metros quadrados, estamos em crer que os lotes a serem alienados desta forma se destinam a empreendimentos turísticos que no caso do loteamento têm uma área superior a nove mil metros pelo que ficariam a pouco mais de quatrocentos euros o metro quadrado, um valor relativamente baixo, se tivermos em conta a localização privilegiada. É certo que será submetido a hasta publica, mas tendo em conta os antecedentes com a "hasta pouco publica " realizada para a alienação do lote para o Real Marina Hotel, temos razões de sobra para desconfiar da negociata que está por detrás desta decisão.
Bem pode o Pina vir dizer que a câmara tem falta de dinheiro, mas daí até entregar o ouro ao bandido, vai uma grande distancia, embora não admire, uma vez que o governo de Coelho e Portas, também venderam o País a preços de saldo. É que as políticas defendidas por Pina, estão mais perto de um governo da Paf do que do seu líder, António Costa.
Podíamos ainda fazer outra leitura sobre o que realmente está em causa no que concerne ao Povo de Olhão, cada vez mais relegado para os guetos camarários, mas fica para outra ocasião, porque ainda queremos ter algumas linhas sobre o PP da Zona Histórica, que não podemos dissociar da loteamento em vista e se insere na estratégia do Pina para a Frente Ribeirinha, um Plano que permite a descaracterização da sua arquitectura, da sua população, da sua identidade histórica e cultural, à qual o Povo de Olhão deve dar uma resposta adequada.
Curiosa será a postura do PSD, de apoio a Pina, quando se sabe que os seus órgãos dirigentes nacionais decretaram guerra aberta a tudo que meta o partido dito socialista. Ou será que para o PSD, António Pina pode vir a ser o seu futuro candidato autárquico?
E o que tem a dizer a concelhia socialista? Muitas são as interrogações que se colocam, mas os nossos autarcas têm de aprender que tudo isto deve ser discutido e participado com o Povo antes de ser aprovado, o que revela o elevado défice democrático na Câmara Municipal de Olhão.
Sem comentários:
Enviar um comentário