segunda-feira, 28 de março de 2016

RIA FORMOSA: POVO INDIGENA PRESTES A SER CORRIDO!

Há muito que vimos denunciando algumas das artimanhas com que o Poder central cria as condições para correr com o Povo indígena da Ria Formosa.
Nunca o Poder teve a mais pequena preocupação com os problemas ambientais, antes servindo-se dele para negociatas mas também para justificar determinadas situações quando convenientes.
A simples transposição das Diretivas Comunitárias em matéria ambiental, para o direito interno, apresentam em media cerca de seis a sete anos, o que diz bem das preocupações dos nossos governantes.
Mas sabem introduzir nos Planos de Gestão Territorial conceitos, alguns deles eivados de fundamentalismo ambiental que em regra de voltam contra os interesses das populações.
Mas há uma entidade que é sempre chamada a pronunciar-se: a Direção Geral de Turismo, seja em sede de elaboração dos planos de gestão territorial seja para uma simples ETAR. E assim aconteceu com os planos de ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa, do POOC ou sobre a nova ETAR.
Mais, a Direcção Geral de Turismo ainda antes da aprovação do POOC criou um método de avaliação da capacidade de carga das praias, preparando o terreno para que o POOC delimitasse algumas áreas que obviamente se destinam a fins turísticos embora digam de fruicção publica. A partir dessa metodologia, e tendo em conta os "custos de conservação da natureza", foram desenhadas duas áreas na Ilha da Culatra, uma no núcleo do Farol com uma faixa de cerca de 30X500m e outra na Culatra de cerca de 30X1500m. Devemos também dizer que a tal "conservação da natureza" passa pela criação de passadiços que podem servir os interesses turísticos mas que não são postos ao serviço dos portugueses e ainda menos do Povo indígena.
A poluição da Ria Formosa também faz parte do plano de expulsão do Povo indígena. Nós sabemos e as autoridades ainda melhor que não é a contaminação microbiológica que mata a ameijoa. O responsável directo pela morte da ameijoa é o parasita Perkinsus Atlanticus que encontra na elevada carga de matéria orgânica o meio adequado à sua proliferação. A matéria orgânica tem o pomposo nome de Sólidos Suspensos Totais (SST), e os resultados analíticos das descargas das ETAR mostram valores muito superiores aos permitidos por lei.
Outros parâmetros com graves implicações são o fosforo e azoto, nutrientes que na agricultura são utilizados para desenvolver as plantas. Nomeio marinho, exercem a mesma função. As ETAR descarregam fitoplâncton potencialmente toxigeno, que em presença do fosforo e azoto se multiplica, estando associados ao sempre crescente numero de episódios de interdição da apanha de bivalves.
Se nós o sabemos, melhor o sabem as entidades publicas envolvidas, mas branqueiam os crimes ambientais.
Temos também outra negociata que condena o Povo indígena da Ria Formosa, o acordo transfronteiriço de pesca, com os nossos pescadores a terem limitações na pesca da sardinha, tanto no que diz respeito às quantidades como aos tamanhos. Os espanhóis utilizam redes com uma malhagem mais pequena que a nossa frota que lhes permite a captura de juvenis e as entidades nada fazem para combater este flagelo, quando é certo que os pescadores espanhóis estariam obrigados a cumprir com as nossas regras. O mesmo se passa com a arte da ganchorra com os espanhóis a utilizarem chuponas e também não cumprindo com as quotas de apanha. Quem acode aos nossos pescadores?
Agora vem o leilão dos viveiros, uma actividade ancestral na Ria Formosa, que por força e imposição governamental se prepara para correr com os nossos produtores de ameijoa.
Se conjugarmos tudo, ele são as demolições, os leilões, as restrições à pesca de cerco e ganchorra, a poluição, é o Povo da Ria Formosa que vai ser expulso do seu habitat.
O impacto económico e social, decorrente daquilo que se prepara a Ria Formosa, vai degradar ainda mais as condições de vida de toda a população de Olhão porque necessariamente afectará todo o comercio, levando à ruína aqueles que teimosamente continuam a resistir.
A luta da Ria Formosa, não é apenas daqueles que vivem de e na Ria, mas de todos nós.
Acordem, porra!
REVOLTEM-SE, E LUTEM!

2 comentários:

Anónimo disse...

Sempre o mesmo. Alertas para indígenas não vão servir de nada. A droga do branco de Lisboa é de tal força que só vão acordar quando fechados no caixão e enterrados.

Anónimo disse...

Acordem, porra!!! Mas que porra da porra. Só acordam quando levarem com um ou mais alguidares de água bem gelada pela cabeça abaixo.Até lá é sono de inocentes.