domingo, 10 de maio de 2020

OLHÃO: PRAIA EM TEMPOS DE ESTADO DE CALAMIDADE

O Verão está a chegar e com ele, a frequência das praias, no nosso caso, das ilhas barreira. Sendo um Verão diferente de todos os outros porque desta vez estamos debaixo da declaração do Estado de Calamidade.
O presidente da câmara municipal de Olhão e da AMAL, já apresentou as suas soluções, as quais vão provocar o descontentamento de uma parte dos veraneantes amantes da praia.
Por um lado, o aumento do reforço policial para impedir as aglomerações de pessoas no acesso às praias e pelo outro a possibilidade de restringir o acesso apenas às concessões.
A pandemia veio por a nu, o desastre que foram as politicas prosseguidas ao longo dos últimos trinta e cinco anos e a razão para não termos melhores condições para o combate. Nos últimos trinta e cinco anos, assistimos à destruição do tecido produtivo, pescas, agricultura, extracção mineira, industria, com a consequente perda de postos de trabalho. Passámos a importar aquilo que antes exportávamos e com isso endividaram o País. Com essa politica ficámos desarmados e apesar do país ter todas as condições para a produção de meios de protecção eles não existiam e tiveram de ser importados. Foi o continuo endividamento do País que levou ao desinvestimento em áreas tão sensíveis como a educação ou a saúde, onde faltaram os recursos para acudir a quem precisava dos cuidados de saúde.
Vir defender o reforço do policiamento é o mesmo que pretender transformar o País num estado policial, com os pinas destes País a mandarem e o Povo a obedecer, como se isto fosse uma coutada deles. Não é com repressão que se resolvem estas coisas, mas sim com formação, uma formação em que mantenham a coerência, e não a dizer num dia para desdizer no seguinte.
Se tivessem seguido outro tipo de politicas, bem podiam ter oferecido ao Povo os meios de protecção necessários e mais do que isso. É que sendo verdade que nenhum País, por mais forte que seja, conseguiria estar parado durante tanto tempo, também não é menos verdade que se em lugar de estarmos a pagar a divida dos bancos, que não nossa, haveria dinheiro para apoiar as empresas e os trabalhadores durante um período de confinamento.
Já o acesso às praias, ou melhor dizendo às áreas concessionadas, é o mesmo que dizer que quem quiser desfrutar da praia vai ter de pagar pela utilização da área, Foi para isso que foram criadas as concessões, garantir alguma privacidade ao cliente bem como a vigilância do nadador-salvador. Claro que para manter as distancias, vai ser preciso aumentar, pelo menos nesta época balnear, a área das concessões.
Sendo o Pina um liberal socialista, não admira que este tipo de soluções saia de um cabeça tão oca como a dele. É que só quem tiver dinheiro terá acesso à praia, os restantes que passeiem pelo campo ou fiquem em casa.

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